A compra do Everton pela 777 Partners, empresa que é dona de 70% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Vasco, está sendo colocada em xeque. Segundo o jornal britânico The Guardian, o clube da Premier League contratou uma empresa de consultoria de reestruturação e insolvência após não receber um empréstimo de £ 15 milhões esperado para abril.
Com o empréstimo, o valor recebido pelo Everton após o anúncio de sua compra, feito em setembro do ano passado, ultrapassaria £ 200 milhões. Segundo um porta-voz da 777, a empresa teria enviado, com atraso, um capital de giro suficiente para as necessidades do clube na última terça-feira (30), cujo valor não foi especificado.
A situação levantou dúvidas acerca da capacidade da 777 em adquirir o Everton e de que maneira o clube seria financiado no restante da temporada. Para a Premier League aprovar a compra, a empresa também terá que pagar empréstimos de £ 158 milhões feitos pelo clube.
Neste cenário, a Teneo, consultoria contratada pela equipe, teria sido encarregada de procurar possíveis compradores alternativos, para o caso da empresa norte-americana não conseguir honrar com seu compromisso financeiro.
Dificuldade
Entende-se que a 777 passa por problemas financeiros. Sua companhia aérea de baixo custo que operava na Austrália, a Bonza, teve a operação suspensa e passou para administração judicial. A empresa cancelou voos e passou por uma reintegração de posse de toda a sua frota.
Além disso, o The Guardian também apontou que a empresa de private equity se separou de seus consultores de relação pública do Reino Unido após atrasar o pagamento de honorários.
A 777, além do Vasco, também possui participações em diversos outros clubes, como Sevilla (Espanha), Genoa (Itália), Red Star (França), Standard Liège (Bélgica), Hertha Berlin (Alemanha) e Melbourne Victory (Austrália).
Vasco
Assim como o Everton, o Vasco também passa por dificuldades com a 777. O clube carioca, que foi comprado em 2022, está tentando, a partir de movimentações orquestradas pelo ex-jogador Pedrinho, atual presidente associativo do clube, se desvincular da empresa.
Apesar de ter cumprido todas as suas obrigações financeiras com o Vasco até o momento, a 777 gerou grande incômodo na diretoria do clube por atrasar um aporte de cerca de R$ 100 milhões no segundo semestre do ano passado.
Diante das notícias revelando as dificuldades financeiras vividas pela empresa, o Vasco já pediu uma garantia de que o terceiro aporte, previsto em contrato para setembro, seja de fato feito. O clube aponta ainda ter R$ 270 milhões a receber.
Além do pagamento, existem outras situações que também incomodam a associação vascaína, como a falta de uma reforma em seu centro de treinamento, algo que está previsto em contrato. Por fim, ainda pesam contra a parceira os resultados esportivos ruins.