A parceria do Atlético-MG com a marca de apostas Betano, que já dura mais de três anos, pode estar com os dias contatos. O Galo estabeleceu que realizará, até o meio deste ano, uma concorrência com o objetivo de definir quem será seu novo (ou não) patrocinador máster.
A revelação foi feita pelo CEO da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético-MG, Bruno Muzzi, em uma entrevista exclusiva concedida a Erich Beting, CEO da Máquina do Esporte. De acordo com o executivo, a Betano terá até o dia 30 de junho para exercer seu direito de preferência para permanecer à frente dessa propriedade.
Porém, Muzzi afirmou que o Galo estudará outras propostas (o departamento comercial já teria recebido algumas) e deverá optar por aquela que se mostrar mais vantajosa em termos financeiros.
“Falo muito com a Betano. A gente tem todo o interesse em continuar, desde que não deixe dinheiro na mesa [não tome prejuízo]”, afirmou.
LEIA MAIS: CEO do Atlético-MG: Clubes brasileiros precisam encontrar caminhos para liga única
A parceria do clube com a casa de apostas teve início em janeiro de 2021. No ano seguinte, ela foi ampliada, com o vínculo passando a valer até o fim de 2024.
Segundo o Relatório de Gestão da SAF do Atlético-MG, divulgado nesta semana, as receitas comerciais do clube, incluindo patrocínios, foram de R$ 87 milhões em 2022, contra R$ 63 milhões no ano seguinte.
“Crescemos muito em patrocínio no ano de 2022, após o título brasileiro de 2021. Depois, em 2023, o patrocínio já voltou, talvez, a patamares normais. E agora estamos na fase de renovação, e acho que podemos ter um salto também”, disse Muzzi.
O CEO também comentou sobre a recente disparada nos valores dos contratos de patrocínio envolvendo empresas de apostas, como verificado nos casos de Corinthians com VaideBet, Flamengo com Pixbet e São Paulo e Fluminense com Superbet.
“Fomos muito criticados quando compararam nosso contrato com a Betano aos que os times vêm firmando. Mas é bom entender que, quando fechamos com a Betano, era o maior patrocínio que o Atlético havia conseguido até o momento, um patrocínio de quatro anos, e nós estamos no último ano de contrato. Nossa mentalidade, hoje, é de respeitar os contratos vigentes. Não queremos sair quebrando o contrato com o patrocinador porque temos uma proposta melhor”, explicou.
Para o ano que vem, a meta do comando da SAF do Atlético-MG para a área de patrocínios é ousada e pretende ultrapassar a marca de R$ 100 milhões.
Na visão de Muzzi, a regulamentação do mercado de apostas esportivas pelo Governo Federal poderá influenciar as negociações com candidatos a patrocinador máster do Galo.
“A maioria das portarias vai ser definida em agosto. Então, acho que isso vai também dar uma filtrada em quem irá permanecer no mercado”, avaliou.