A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou uma notificação extrajudicial à Klefer, à qual a Máquina do Esporte teve acesso com exclusividade, pedindo a retomada das contas oficiais da competição nas redes sociais, que somam mais de 4 milhões de seguidores.
A agência Klefer, antiga parceira da entidade na exploração comercial da Copa do Brasil, deteve esse contrato entre 2015 e 2022 e, nesse período, também foi gestora das redes sociais da competição. No ano passado, a CBF resolveu mudar de agência e assinou um acordo com a Brax Sports Assets, que fará a gestão da parte comercial da Copa do Brasil no próximo triênio (2023 a 2025).
Com o fim do contrato, a Klefer simplesmente tomou esses perfis, alterando seus nomes para “Portal da Torcida”. Pela visão da agência, a concorrente Brax teria que começar o trabalho nas redes sociais do zero, sem nenhum dos seguidores acumulados ao longo dos oito anos de ativação da competição nos quais a Klefer deteve essa propriedade. A Confederação, por sua vez, como dona da Copa do Brasil, quer retomar esses ativos para ela.
“Com o encerramento da parceria e conforme exaustivamente informado à Klefer, todos os direitos cedidos e/ou explorados pela Klefer durante a vigência contratual devem, obrigatoriamente, retornar, de maneira incondicional e total, à CBF, para que essa Confederação, reconhecidamente a única detentora dos ativos e propriedades relativas à Copa do Brasil, possa, novamente, explorá-las, direta ou indiretamente, a seu exclusivo critério”, informou a CBF na notificação extrajudicial.
No texto, assinado pela gerente jurídica da CBF, Regina Sampaio, a entidade cita, inclusive, a coluna publicada na Máquina do Esporte nesta segunda-feira (16) a respeito do tema, ao afirmar que a Klefer “esquece o princípio elementar que rege a organização desportiva, corroborado pela Lei Pelé, no que se refere à proteção dos símbolos esportivos, ignora a concessão de registros marcários perante a autoridade brasileira competente, o INPI, demonstra evidente má-fé e desvirtua o espírito das plataformas digitais, sendo rechaçada até mesmo pela mídia esportiva, conforme matéria publicada na presente data”.
Retorno do acesso
A notificação especifica que a CBF quer de volta o acesso às contas oficiais da Copa do Brasil. Trata-se de um ativo significativo da competição. No Instagram, são 1,5 milhão de seguidores; no Facebook (onde a página ainda conserva o nome Copa do Brasil), 1,185 milhão; no TikTok, 768,4 mil; e no Twitter, 673,1 mil.
“Dentre tais propriedades, elencamos os endereços eletrônicos, links, logins e senhas de todas as plataformas digitais e redes sociais, cujos registros e conteúdos foram autorizados pela CBF e utilizados pela Klefer, repita-se, em caráter temporário e durante a vigência contratual, visando à maior divulgação da Copa do Brasil”, afirmou a Confederação Brasileira de Futebol.
Caso a Klefer não devolva as contas e senhas dos perfis oficiais da Copa do Brasil (todos com o selo azul de verificados), a CBF ameaçou ir à Justiça contra a antiga parceira.
“Ante o exposto, a CBF vem notificá-los para que efetuem, no prazo de 24h contadas da presente notificação, a devolução dos logins, das senhas de acesso e links de todas as plataformas digitais e redes sociais conduzidas pela Klefer relativos à Copa do Brasil, sob pena de adoção das medidas legais cabíveis, sem prejuízo da cobrança dos danos causados à CBF”, ressaltou o documento.