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Favorito, dono da Marquespan desiste de candidatura à presidência do Grêmio

Marcelo Marques disse que manterá ajuda em meio aos trâmites jurídicos em andamento para doação da arena ao clube

O empresário Marcelo Marques, torcedor do Grêmio e dono da Marquespan - Angelo Pieretti/Grêmio

Empresário Marcelo Marques é torcedor do Grêmio e dono da Marquespan - Angelo Pieretti / Grêmio

Marcelo Marques, empresário que comprou a gestão da Arena do Grêmio em julho por R$ 145 milhões, anunciou, nesta quarta-feira (27), que não será mais candidato à presidência do Grêmio. A decisão foi comunicada durante a participação dele no tradicional programa “Sala de Redação”, da Rádio Gaúcha.

“Tenho minha empresa, família, saúde e mais de 6 mil colaboradores para cuidar. Estamos montando uma fábrica em São Paulo, em que muitas decisões são minhas. Sabia disso quando entrei no Grêmio”, afirmou Marques, para justificar seu afastamento.

“Fiquei pensando: será que eu tenho que ser presidente mesmo? Será que o certo não é eu ficar ajudando o Grêmio como o Celso Rigo?”, questionou, referindo-se a outro empresário que ficou famoso por ajudar financeiramente o Grêmio.

Segundo a Máquina do Esporte apurou, a desistência de Marques em participar do pleito não gera nenhum impacto na doação da Arena do Grêmio ao Tricolor Gaúcho.

No mês passado, o empresário anunciou a compra de dois terços da dívida relativa ao financiamento da Arena do Grêmio, que estavam nas mãos da Revee, por R$ 80 milhões. A parte restante dos débitos já havia sido recuperada pelo clube em 2024.

No momento, existem os trâmites jurídicos para que o processo de doação seja finalizado. A compra do estádio havia sido o principal trunfo para a candidatura de Marques à presidência do clube.

Oposição

Diante do peso da decisão de zerar as dívidas da arena, os demais postulantes ao cargo haviam desistido de participar do pleito. A expectativa era de que Marques pudesse ser eleito no final do ano por aclamação, especialmente após a desistência de Paulo Caleffi, um dos candidatos de oposição ao presidente Alberto Guerra.

Com a saída do dono da Marquespan da disputa, criou-se um hiato de poder no Grêmio. Com o novo tabuleiro de xadrez montado, os pretendentes que haviam sinalizado interesse anteriormente devem retomar suas articulações.

Paulo Caleffi, Antonio Dutra Júnior, Gladimir Chiele, Denis Abrahão e Sérgio Canozzi, nenhum próximo ao atual presidente, são nomes que podem reaparecer como candidatos neste novo cenário.

O prazo para inscrição das chapas para o Conselho Deliberativo (CD) termina na próxima sexta-feira (29). Em setembro, serão eleitos 150 novos membros do CD, que serão responsáveis por eleger o novo presidente.

Caso apenas uma das chapas obtenha ao menos 20% dos votos, estará eleita. Se mais de uma candidatura superar essa barreira sem atingir a maioria absoluta, haverá um segundo turno, com a convocação de uma Assembleia Geral e votação dos sócios. Para votar, é necessário ter mais de 16 anos e estar com o cadastro atualizado.

Situação

Alberto Guerra, o atual presidente, vê seu nome ser inviabilizado por conta do mau momento vivido pelo Grêmio dentro de campo.

Neste ano, o Imortal perdeu a hegemonia no Campeonato Gaúcho para o Internacional. Na Copa do Brasil, acabou eliminado na terceira fase pelo CSA, time da Série C do Campeonato Brasileiro, após um empate por 0 a 0 no jogo de volta, na Arena do Grêmio. O time gaúcho havia perdido por 3 a 2 em Maceió (AL).

Em julho, veio outra queda dolorosa, dessa vez na Copa Sul-Americana. O empate por 1 a 1 com o Alianza Lima (PER), novamente em casa, pelos playoffs, deram fim ao sonho gaúcho no torneio. Em Lima (PER), o Imortal havia perdido por 2 a 0.

No Campeonato Brasileiro, a equipe está a 22 pontos do líder Flamengo. A campanha titubeante (é o 14º colocado, com 24 pontos) não credencia Guerra a se manter no cargo.

Razões

Marcelo Marques também justificou sua decisão com base na dificuldade que teve em se adaptar ao ambiente político do Grêmio.

“Esta semana entrou a política. Ela existe, sempre vai existir. Nos trouxe até aqui. A gente ama o Grêmio desse jeito. Por todo esse peso e mais essa questão política, não vou me adaptar. Não serei candidato. É uma decisão irreversível”, afirmou à Rádio Gaúcha.

A eleição para a presidência do Grêmio está prevista para novembro. As inscrições para as chapas do Conselho Deliberativo foram abertas na última segunda-feira (25).