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Executivo da LFU defende ajustes no calendário e manutenção dos Estaduais

Gabriel Lima, líder do condomínio da Liga Forte União, também falou sobre formação de liga, SAF e Fair Play Financeiro durante a Confut Sudamericana

Gabriel Lima, líder do condomínio da LFU, durante participação na Confut Sudamericana - Adalberto Leister Filho/Máquina do Esporte

Gabriel Lima, líder do condomínio da LFU, durante participação na Confut Sudamericana - Adalberto Leister Filho/Máquina do Esporte

Gabriel Lima, líder do condomínio da Liga Forte União (LFU), defendeu mudanças no calendário do futebol brasileiro com foco na redução do número de jogos dos principais times do país. O executivo, porém, acredita que esses ajustes não deveriam interferir na realização dos Campeonatos Estaduais.

As falas aconteceram durante participação na Confut Sudamericana, congresso da indústria do futebol que está sendo realizado no Mercado Livre Arena Pacaembu, em São Paulo.

Segundo Lima, entre as mudanças que poderiam acontecer para eliminar jogos durante a temporada estariam alterações na Copa do Brasil, além de promover mudanças na fase classificatória de Libertadores e Copa Sul-Americana, com os clubes brasileiros entrando direto na fase de grupos.

“Sou mais favorável a mexer na Copa do Brasil, com os clubes da primeira divisão entrando um pouco mais na frente e ganharem datas com isso”, afirmou Lima.

“Também sou mais favorável a sentar com a Conmebol para falar sobre datas de Copa Sul-Americana e de Libertadores do que mexer nos Estaduais. Acho que tem formas de acomodar o calendário brasileiro de maneira mais inteligente”, afirmou.

Para o executivo, os Campeonatos Estaduais têm papel relevante para o ecossistema do futebol brasileiro funcionar, desde promover a sustentabilidade financeira de times menores até ajudar na revelação de talentos, ajudando a renovação dos elencos.

“O Estadual no Brasil tem um papel muito relevante. Não acredito que tenha que acabar. Pelo contrário, acho que temos que fortalecer os regionalismos”, defendeu.

MOU

Lima comentou ainda sobre o avanço nas conversas entre a Liga Forte União (LFU) e a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), que contam com os 40 times das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, para a criação de uma liga unificada.

No momento, as equipes trocam mensagens para a feitura de um memorando de entendimento (MOU), que possa dar o primeiro passo para a união.

 “Não é muito simples desatar um nó tão histórico no futebol brasileiro. Mas estamos cada vez nos aproximando mais. Temos conversas periódicas e vamos chegar em bom termo. Não tenho dúvida”, acredita.

A proposta busca estabelecer diretrizes comuns para governança, distribuição de receitas e modelo de competição, mas ainda não há acordo formal entre os grupos.

SAF

Lima também comentou o fortalecimento da lei que instituiu a Sociedade Anônimas do Futebol (SAF) e a necessidade a aprimorá-la. Para ele, que atuou como CEO nas SAFs de Cruzeiro e Coritiba, o modelo atual precisa de ajustes para garantir maior clareza jurídica e segurança regulatória.

“A lei da SAF foi muito bem-feita. Mas, de maneira proposital, o legislador deixou que algumas discussões fossem para o ambiente jurídico”, destacou.

Para ele, esses buracos na lei serviram para que experiências práticas, vividas pelos diversos clubes que passaram pelo processo de transição para se tornar SAF (existem hoje mais de 100 no Brasil) e orientar futuras decisões.

“Acredito que esse modelo novo deixe mais claro alguns pontos, porque já temos, de certa forma, uma jurisprudência consolidada, feita por nós, no Cruzeiro, pelo Botafogo e outros clubes que foram os pioneiros nessa história”, afirma ele.

Fair Play Financeiro

O executivo também defendeu a implementação de regras de Fair Play Financeiro no futebol brasileiro. Neste momento, um Grupo de Trabalho, criado pela CBF, com a participação de clubes e federações estaduais, examina o tema para chegar a um modelo a ser seguido no país.

“Qualquer liga desenvolvida e séria, qualquer competição, precisa ter Fair Play Financeiro. Aqui não é diferente”, analisa.

“Vimos que o endividamento dos clubes cresceu, por mais que tenhamos um volume de receitas mais alto nos últimos anos. Isso eu atribuo muito à falta de regras que enquadrem os clubes e que não permitam com que eles gastem uma quantia maior do que podem”, acrescenta.

Para Lima, porém, a implantação do Fair Play Financeiro no futebol brasileiro deve ser feita de maneira gradual.

“Não vamos sair do zero para o 100. Precisamos ter uma regra que permita com que os clubes se acomodem. Temos clubes em diferentes situações. Precisa ser uma transição séria, durante um período claro. Mas, no futuro, precisamos ter regras rígidas, que permitam que o futebol brasileiro cresça de uma forma geral.”