O Flamengo pediu adiamento para a assinatura da documentação de compra do terreno em São Cristóvão, arrematado em um leilão no ano passado, após desapropriação feita pela Prefeitura do Rio de Janeiro (RJ) em uma área que pertencia à Caixa Econômica Federal.
Segundo o site Tempo Real, na última quarta-feira (22), Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo, disse que as obras na região do terreno do antigo Gasômetro estão condicionadas à mudança na infraestrutura da tubulação de gás que ainda está na área do terreno adquirido pelo clube.
De acordo com o parecer da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro (Agenersa), é preciso realizar a remoção da estação de gás existente no terreno.
No edital de leilão da área, a prefeitura já alertava que o novo proprietário seria responsável pelos custos de transferência desses equipamentos. A mudança de local é um processo que pode demorar anos para ser finalizada, o que teria assustado a diretoria rubro-negra.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, porém, afirmou que é o poder municipal quem arcará com os custos da remoção dessa estrutura. Em uma postagem no X (antigo Twitter), Paes brincou com a situação.
“Adversários ocultos do estádio do Flamengo, parem de criar problemas aonde [sic] não tem. Eu e o deputado Pedro Paulo [PSD-RJ] já informamos que essa questão será de responsabilidade do município. Parem de chatear porque eu não aguento mais defender o Flamengo”, afirmou o prefeito.
“A única traição que me permito ao Vascão é vibrar com o desempenho da minha amada Maricá no Cariocão desse ano!”, completou Paes, que é vascaíno e ficou conhecido por ter tido um áudio divulgado pelo então juiz Sergio Moro falando mal da cidade.
Viabilidade econômica
Além desse problema estrutural, a assinatura definitiva para a aquisição do imóvel passa pela finalização de um estudo de viabilidade econômica encomendado pelo Flamengo à Fundação Getulio Vargas (FGV). A assessoria de imprensa do clube não soube responder quando o estudo estará pronto.
Desde a campanha para a presidência do Flamengo, Bap já havia falado que era necessária a realização de uma pesquisa sobre o impacto nas finanças do clube rubro-negro para que o projeto fosse tocado adiante.
“Se cumprimos o cronograma que está sendo sugerido por essa gestão [do ex-presidente Rodolfo Landim), serão cinco anos para [o estádio] ficar pronto. Então, este dinheiro que nós colocamos no terreno não estará no caixa do Flamengo. Evidentemente que todas essas coisas acumuladas têm um efeito”, afirmou Bap, em entrevista à Máquina do Esporte, pouco antes das eleições.
Para que os custos da arena não inviabilizem o Flamengo esportivamente, Bap também tem a visão de que é necessário conseguir um bom aumento na arrecadação do clube nos próximos anos.
“Nós entendemos que, em cinco anos, o Flamengo tem que aumentar 50% seu faturamento e, coincidentemente, 50% a sua margem operacional para que a gente gere mais R$ 1,5 bilhão a R$ 1,6 bilhão para que a gente possa, para além de ter um time competitivo, não virarmos SAF e construirmos o nosso estádio”, disse o dirigente.