A Ineos, empresa que pertence ao bilionário Jim Ratcliffe, coproprietário do Manchester United, iniciou movimentações para a venda do Nice, clube que disputa a Ligue 1.
A informação foi publicada primeiramente pelo veículo The Athletic. A empresa voltada à indústria petroquímica encarregou o banco de investimentos Lazard, sediado em Nova York (EUA), para encontrar um comprador para o clube. A expectativa é de que o Nice seja vendido por € 250 milhões.
O time francês foi comprado pela Ineos em 2019, quando a empresa pagou € 100 milhões para se tornar dona de 100% do clube. Cinco anos depois, em 2024, a multinacional também se tornou sócia minoritária do Manchester United e passou a controlar as operações de futebol dos Red Devils.
Ainda que a Ineos tenha investido € 216 milhões em ações no clube, sua presença não é muito bem vista pelos torcedores do Nice. Existe a avaliação entre alguns grupos de fãs de que a equipe teria uma importância inferior a outras dentro da rede multiclubes mantida pela empresa.
Além de Nice e Manchester United, a Ineos também conta com o Lausanne, da Suíça, sob sua propriedade. Fora do futebol, a empresa tem participação na Mercedes, equipe de Fórmula 1, e na Ineos Grenadiers, equipe de ciclismo que participa do Tour de France.
Crise na Ligue 1
A venda do Nice deve ser atrapalhada pelos problemas que a Ligue 1 tem passado nesta temporada, principalmente relacionados aos direitos de transmissão. Na última sexta-feira (2), o DAZN rescindiu o contrato que lhe dava os direitos até 2029 (e que era o menor dos últimos 19 anos) após não obter sucesso com a venda de assinaturas.
A plataforma sofreu com o índice de torcedores que recorreram a meios ilegais para acompanhar os jogos da liga. Uma pesquisa produzida pela Odoxa indicou que os torcedores franceses consideravam a mensalidade, de € 29,99, cara.
A Ligue 1 passa por uma crise de popularidade após ver seus principais craques se transferirem para outras ligas europeias. Nomes como Lionel Messi, Neymar, Kylian Mbappé, Edinson Cavani e Ángel Di María, todos ex-PSG, deixaram o futebol francês. Assim, o apelo se tornou menor.
Atualmente, a Ligue 1 não possui qualquer acordo de transmissão doméstica para a temporada 2025/2026. Neste cenário, os clubes chegaram a ser informados que não devem incluir receitas de direitos de mídia em suas projeções orçamentárias, já que não há certeza de quais serão elas.