O investidor John Textor decidiu romper, de forma unilateral, todos os contratos de patrocínio do Botafogo, incluindo o acordo com a fornecedora de material esportivo. O americano pretende comprar 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube carioca, em negócio já aprovado pelo Conselho e associados do time.
Segundo a Máquina do Esporte apurou, a decisão do investidor, divulgada na manhã desta segunda-feira (14) em seu site oficial, foi tomada por Textor e não passou por consulta de nenhuma outra área do clube. Na última sexta-feira (11), o investidor já havia decidido demitir o técnico Enderson Moreira, que levou o Botafogo de volta à Série A do Brasileirão.
“Hoje, optei por rejeitar formalmente vários acordos comerciais que acredito dificultarem a apresentação global da nossa gloriosa marca Botafogo, contratos que acredito não refletirem os objetivos estratégicos do novo Botafogo FR SAF”, escreveu Textor em seu site.
“O cancelamento desses contratos de uniforme e patrocínios abrirá caminho para uma infinidade de novas oportunidades e acordos que refletirão melhor esse momento histórico do nosso clube e apoiarão melhor nossas ambições de construir uma nova tradição de sucesso para O Mais Tradicional”, acrescentou o investidor, referindo-se ao apelido que costuma chamar o Botafogo.
Com isso, EstrelaBet (patrocinadora máster), Centrum (barra dianteira), Bitci, plataforma de Fan Tokens que fechou na semana passada e passou a ocupar o esterno da camisa, STX (calção), TIM (dentro dos números) e Eletromil (barra traseira) deixarão de ser apoiadoras do clube.
Sobre o material esportivo, a situação é incomum. A Kappa, que não renovou acordo, ainda veste o Botafogo, mas o clube estava prestes a anunciar um acerto com a brasileira Volt como nova fornecedora. Tal acordo, porém, não deve mais ser oficializado.
“Especificamente em relação aos uniformes, oportunamente, traremos para o Botafogo um novo parceiro de uniformes e confecções, reconhecido pela alta qualidade e distribuição em larga escala, que apoiará fortemente a globalização da nossa merecida marca Botafogo”, afirmou Textor.
Esta é a primeira vez na história que um clube brasileiro rescinde de forma unilateral todos os seus acordos de patrocínio.
Um outro caso famoso ocorreu no começo de 2005, quando Kia Joorabchian, presidente da MSI, então investidora do Corinthians, rescindiu contrato com a Pepsi, que na época pagava R$ 7 milhões pelo patrocínio máster do clube. Em julho daquele ano, ele anunciou acordo com a Samsung, que passou a pagar mais de R$ 15 milhões pela propriedade. À época, no entanto, os clubes exploravam menos propriedades na camisa.