Itaú Unibanco cria seleções brasileiras de futebol feminino que não puderam existir

Seleção brasileira de futebol feminino de 1959 foi criada com o auxílio da inteligência artificial - Divulgação / Itaú Unibanco

Patrocinador das seleções de futebol masculino, feminino e de base do Brasil, o Itaú Unibanco divulgou, nesta terça-feira (8), uma ação para homenagear as mulheres brasileiras que, durante quatro décadas, foram proibidas de praticar a modalidade no país. Com o auxílio da inteligência artificial (IA), foram imaginadas e criadas imagens das possíveis jogadoras do Brasil nas décadas de 1950, 1960 e 1970, dando a elas “o reconhecimento e o protagonismo no esporte que não tiveram em seu tempo”.

Para colocar a ação em prática, a agência Galeria e o banco ouviram ex-jogadoras, historiadores, sociólogos e especialistas que ajudaram a descrever como era jogar futebol feminino naquela época. A partir desses depoimentos e pesquisas, um designer especializado em IA criou comandos para gerar imagens das possíveis atletas e colocá-las como protagonistas da campanha “Seleções brasileiras que não existiram”.

Em peças de mídia impressa e eletrônica, os times que não puderam estar em campo em 1959, 1963 e 1971 foram imaginados ludicamente por três pioneiras: Iolanda, jogadora do Vespasiano na década de 1960, que praticava o esporte escondida; Dilma Mendes, jogadora na década de 1970 e atualmente a treinadora de futsal mais premiada do país; e Pretinha, jogadora dos anos 1980, que fez parte da primeira seleção feminina.

A campanha conta ainda com o apoio de Aira Bonfim, historiadora e pesquisadora de futebol, e Giovanna Waksman, mais conhecida como Giovanninha, jogadora de 14 anos da seleção Sub-17, que é considerada uma das grandes promessas para o futuro do esporte no país.

Vale lembrar que, em 1941, com a publicação do decreto 3.199, que dizia “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”, o futebol feminino foi proibido no Brasil. A lei perdurou por quatro décadas.  

Apesar da revogação, o futebol feminino foi devidamente regulamentado apenas em 1983. Oito anos depois, a seleção brasileira esteve presente como única representante da América do Sul na primeira Copa do Mundo Feminina, disputada em 1991, na China. 

“A história do futebol feminino no Brasil é muito rica, mas a maioria dos brasileiros desconhece esse passado de proibição à prática feminina do esporte. Dar luz a essa história, em um momento de grande relevância e protagonismo na Copa, é uma forma de reverenciar tudo o que essas mulheres sonharam e executaram para chegar até aqui. Como patrocinadores de todas as seleções, o Itaú quer contribuir dando visibilidade a esse passado como forma de propor esse diálogo a mais públicos, fortalecendo assim as seleções do futuro”, explicou Thaiza Akemi, superintendente de marketing do Itaú Unibanco.

O projeto também “invadiu” as redes sociais com o apoio de nomes conhecidos do universo do futebol, como as jornalistas Fernanda Gentil e Carol Barcelos, a ex-árbitra Fernanda Colombo e a ex-jogadora Formiga, que utilizaram seus perfis para expandir o alcance da iniciativa.

“O campeonato passou a ter um novo peso esse ano. Não pelo título, mas sim pelo que as nossas atletas representam. Desta vez, elas entraram em campo por gerações de mulheres que foram proibidas de praticar o esporte, e também por gerações de mulheres que ainda representarão nosso país vestindo a camisa da seleção. Nosso projeto é sobre isso. E o uso da IA nos permitiu materializar seleções que não puderam ser formadas, mas, agora, podem ser imaginadas”, destacou Carol Mello, diretora de estratégia da agência Galeria.

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