Julio Casares vê SAF como caminho ainda distante para o São Paulo

Julio Casares é o atual presidente do São Paulo - Reprodução / YouTube (@Itatiaia)

O presidente do São Paulo, Julio Casares, foi o entrevistado do CNN Esportes S/A, neste domingo (18). O dirigente admitiu que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) pode ser um modelo a ser adotado pelo clube, mas futuramente. Por enquanto, porém, ele diz ver esse caminho como algo ainda distante para o time paulista.

Na entrevista, o dirigente afirmou que tem se aconselhado com o empresário Abílio Diniz para o processo de profissionalização do São Paulo.

“Abílio Diniz é um grande são-paulino, um grande empresário. Eu converso com ele um dia sim e um dia não. Ele sente na gestão essa credibilidade e esse conforto”, disse Casares.

Libra

Um dos pontos polêmicos abordados pelo presidente do tricolor paulista na entrevista foi em relação à tentativa de se criar uma liga nacional de futebol. Na visão de Casares, o principal empecilho à união dos clubes não estaria necessariamente nas agremiações em si, mas na influência de “interesses de terceiros” que participam das negociações.

“Existem assessores, advisers [orientadores], de cada lado. Tem banco aqui e banco ali. Você tem BTG daqui, XP de lá. Codajas daqui, LiveMode de lá. Então, são muitos interesses. Hoje, virou uma briga de interesses de terceiros também. Este é um dos grandes problemas, talvez um dos maiores. Porque existem muitos interesses e uma guerrilha entre eles. E essa guerrilha leva alguns presidentes (de clubes) a estarem de um lado ou de outro, como se estivéssemos nos digladiando dentro de campo”, declarou Casares.

Atualmente, o São Paulo integra a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), que congrega 15 clubes das Séries A e B do Brasileirão. Já o grupo rival, a Liga Forte Futebol (LFF), reúne 26 equipes da primeira, segunda e terceira divisões do Campeonato Brasileiro. Além disso, Botafogo, Cruzeiro e Vasco formaram um bloco independente para negociar os direitos de transmissão. O Botafogo-SP é o único time entre as Séries A e B que não aderiu a nenhum dos agrupamentos.

“Os clubes têm de ter convicção da solidez do investidor. Estou na Libra por quê? Não conheço o fundo que está na Liga Forte Futebol. Conheço o Mubadala, que já faz investimento no futebol e me deu segurança. Não estou dizendo que o outro lá é inseguro. Mas o que falta é uma tomada de posição. Agora é o momento de nós entrarmos em campo. Vamos fazer um bloco, pegar oito, nove, sete clubes, vamos sentar com uma televisão e fazer acordo. A Liga vem depois. Mas não é o ideal. Agora é o momento. Mas nós estamos trabalhando contra o tempo, porque os direitos de transmissão terminam em 2024″, afirmou Casares.

Recentemente, a Mubadala anunciou que está disposta a pagar até R$ 2,375 bilhões aos times da Libra, na hipótese do número de clubes que assinarem contrato com a empresa não chegar a 18 equipes. Nesse caso, o fundo ficaria com 12,5% dos direitos comerciais desse bloco de clubes por um período de 50 anos. 

Antes da saída dos três clubes, a proposta da Mubadala era de R$ 4 bilhões, se houvesse a adesão de 18 clubes ao grupo. Já do lado do Forte Futebol, o acordo assinado com a Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management prevê um aporte de R$ 2,3 bilhões somente para os clubes que já fazem parte da LFF.

Substituta da Adidas

Na entrevista, Casares afirmou também que o São Paulo busca uma parceira para substituir a Adidas como fornecedora de material esportivo.

“Estamos conversando com muitas marcas. Eu garanto que não está fechado”, enfatizou o mandatário.

Nos últimos dias, circulou a informação de que o clube paulista estaria negociando com a Castore, marca que vem ampliando sua participação nas principais competições de futebol da Europa, como Premier League (Inglaterra), Bundesliga (Alemanha), LaLiga (Espanha) e Serie A (Itália).

Morumbi

Entre os assuntos comentados por Casares, ainda houve a possibilidade de uma reforma no Estádio do Morumbi para aproximar a arquibancada do gramado.

“Não faremos de forma irresponsável, assumindo dívidas irreais”, afirmou o presidente são-paulino.

Segundo o dirigente, o tombamento do Morumbi está sendo flexibilizado. O clube tem mantido diálogo com o governo de São Paulo e a prefeitura da capital paulista, buscando avançar com as mudanças legais.

“Queremos trazer conforto para o torcedor”, resumiu.

O presidente são-paulino acredita que o Morumbi voltou ao calendário do entretenimento internacional e que os investidores dessa área estariam atentos a esse fato.

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