Uma decisão da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (15) devolveu ao Vasco o controle sobre o seu futebol, ampliando a disputa entre o clube e a 777 Partners, fundo que desde o ano passado se tornou dono da SAF vascaína.
A decisão da Justiça determina a anulação da compra do futebol do clube pela 777 e atende a um pedido feito pela atual diretoria do Vasco, que questiona a capacidade financeira de seu parceiro comercial.
O questionamento foi feito pelos dirigentes vascaínos depois de a 777 perder disputa na Justiça dos Estados Unidos e enfrentar dificuldades financeiras em outros clubes que é dona.
“A empresa que prometera a salvação através de vultoso aporte de capital e recuperação da sede vascaína (Estádio de São Januário) hoje apresenta-se com situação financeira deficitária e incapaz de cumprir com aquele anúncio e pondo em risco a viabilidade da SAF, principalmente quando se foca no êxito futebolístico”, afirmou o juiz Paulo Assed Estefan na análise do caso.
Nesta quinta-feira (16), novo embate deve acontecer na Justiça, com a 777 Partners recorrendo da decisão judicial. O processo, que corre em segredo, foi aberto pela nova diretoria do Vasco, que tem o ex-jogador Pedrinho como presidente.
O caso reforça o “calvário” do fundo de investimentos americano, que recentemente havia comprado o Everton, da Inglaterra, mas viu o negócio travar por questões financeiras. O atual dono do clube inglês questionou na Justiça a capacidade financeira de a 777 honrar com os compromissos assumidos, e o negócio travou.
Da mesma forma, o fundo de investimentos perdeu nas últimas semanas um processo na Justiça americana que questionava a solvência financeira da empresa. O caso desencadeou no agravamento da crise da 777 com os clubes em que ela tem participação acionária.
O Standard Liège, da Bélgica, teve de adiar um jogo pelo Campeonato Belga porque os torcedores do clube, em protesto contra a 777, impediram o ônibus do time de sair do Centro de Treinamento para o estádio.