A Juventus, clube da Serie A italiana, pretende solicitar aos acionistas uma injeção de € 200 milhões (cerca de R$ 1,07 bilhão, na cotação atual), após ter anunciado um prejuízo anual de € 123 milhões na temporada 2022/2023, com previsão de mais perdas para 2023/2024.
Tudo isso acontece em meio às repercussões de um escândalo de irregularidades fiscais que resultou em uma punição da Uefa, incluindo um ano de proibição da participação do clube em competições europeias.
A injeção de € 200 milhões será a terceira elevação de capital realizada pelos acionistas nos últimos quatro anos, após € 300 milhões em 2019 e € 400 milhões em 2021.
Aproximadamente dois terços dessas injeções de capital foram cobertos pela Exor, o braço de investimento da família Agnelli, que detém cerca de 64% das ações da Juventus e controla o clube há um século.
O prejuízo do último balanço representou uma redução em relação ao déficit recorde de € 254,3 milhões em 2022, mas elevou as perdas cumulativas do clube para mais de € 700 milhões em seis anos. O último lucro líquido da Vecchia Signora foi registrado em 2016/2017.
Vale ressaltar ainda que a empresa convocou uma assembleia de acionistas para aprovar as contas no próximo dia 23 de novembro.
Consequências do escândalo
Desde julho deste ano, a Juventus enfrenta sérias consequências devido a um escândalo contábil relacionado a transações de jogadores e salários, que resultou na renúncia de todo o Conselho do clube, incluindo o ex-presidente Andrea Agnelli, no fim de 2022.
À época, o clube foi penalizado com a perda de 10 pontos na temporada da Serie A e o banimento de um ano pela Uefa de competições europeias de clubes. No entanto, a Juventus nega qualquer irregularidade e afirma estar em conformidade com as normas da indústria.
O Conselho da Vecchia Signora estima que o impacto negativo do escândalo e da proibição europeia deve chegar a € 115 milhões, sendo cerca de 20% referentes à temporada 2022/2023 e aproximadamente 80% à temporada 2023/2024, principalmente por conta da não participação em competições europeias na temporada atual. Além disso, o clube prevê que o exercício financeiro de 2023/2024 terá prejuízo devido aos impactos substanciais, diretos e indiretos, resultantes da ausência de participação nas competições da Uefa.