A LaLiga gera mais de 185 mil empregos e um negócio direto e indireto que equivale a 1,37% do PIB da Espanha. Esses são alguns números levantados pelo relatório comercial da competição elaborado pelo site espanhol 2Playbook Intelligence.
Sozinha, a LaLiga gera mais impacto econômico do que o resto das competições nacionais somadas. Por isso, o torneio não perdeu atratividade para as marcas nem com a queda da atividade econômica desencadeada pela pandemia.
O negócio comercial da LaLiga gerou € 894,5 milhões em 2020/2021 por meio de seus quase 800 patrocinadores, suas 90 lojas e outros canais. As vendas de produtos oficiais aos torcedores renderam € 137,5 milhões aos clubes durante a última temporada.
Concentração de renda
Há um problema, porém, neste segmento: a concentração de 70% do faturamento de produtos licenciados nas mãos de apenas três clubes (Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid). Além disso, as equipes da LaLiga (primeira divisão espanhola) concentram 90% dessa arrecadação.
Apesar disso, Real Madrid e Barcelona foram os clubes mais afetados pela retração econômica gerada pela crise sanitária. Ambos os clubes possuem lojas em pontos estratégicos, altamente dependentes do turismo. Com a queda do setor por causa da Covid-19, os times sofreram maior impacto que outros clubes, que dependem mais de vendas em pontos comerciais localizados em seus estádios e que conseguiam mais vendas em dias de jogos.
De acordo com o estudo, as receitas geradas com lojas oficiais ganha mais importância, embora ainda tenham peso menor em relação a outras atividades como patrocínios e direitos de mídia. É a maneira de os clubes se relacionarem de maneira mais próxima com seus torcedores.
Barça x Real
Ciente da necessidade de estreitar relações com sua base de fãs, o Barcelona busca uma maneira de criar um negócio mais rentável no setor. O clube da Catalunha negocia a entrada de Investindustrial e Fanatics como parceiros comerciais em um contrato que chegaria a € 200 milhões.
A pandemia gerou perdas econômicas muito significativas para o Barcelona, que perdeu para o Real Madrid a supremacia financeira que deteve nos últimos anos na Espanha. Um dos reflexos disso foi a necessidade de perder Lionel Messi no final da temporada 2020/2021 para não violar normas do Fair Play Financeiro.
Já o Atlético de Madrid está perto de arrecadar € 100 milhões por temporada, quantia que seguramente ultrapassará em 2022/2023 após a assinatura de um contrato com a plataforma de criptomoedas WhaleFin. Além disso, apesar do efeito econômico da pandemia, nove times conseguiram receita comercial superior a € 10 milhões.
Concentração na elite
Dos mais de 10 mil contratos de patrocínio assinados na Espanha, o futebol representa cerca de 20%. A primeira divisão, mais especificamente, não detém nem 10% do total de acordos. Mas entre os 42 clubes que fazem parte da LaLiga, concentra a maior parte do investimento.
O futebol movimenta mais de 2 mil contratos na Espanha, dos quais cerca de 800 estão concentrados nos times da primeira divisão. A maioria dos acordos de marketing já é compartilhada com as equipes femininas de cada clube. O restante é distribuído entre as equipes das demais divisões, nas quais a maioria dos contratos são com fornecedores ou empresas locais e com valor significativamente menor.
No setor de material esportivo, os investimentos feitos por marcas como a Castore voltaram a aquecer o mercado. A partir de 2022/2023, a empresa britânica substituirá a Nike como fornecedora do Sevilla.