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Leila Pereira rebate Bap e diz que é preciso clubes fortes para formação de liga

Em entrevista à CNN, presidente do Palmeiras afirma que clube nenhum clube é maior do que o futebol brasileiro

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, posa no Allianz Parque, antes do jogo contra o Atlético-MG - Reprodução / Instagram @leilapereira

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, posa no Allianz Parque, antes do jogo contra o Atlético-MG - Reprodução / Instagram @leilapereira

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira fez uma crítica contundente às falas do mandatário do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que afirmou que não abriria mão de seus rendimentos em favor da constituição de uma liga nacional de clubes no Brasil. Em entrevista ao programa CNN Esportes S/A, no último domingo (20), a dirigente palmeirense afirmou que ninguém é maior do que o futebol brasileiro.

“Eu jamais vou achar que o Palmeiras é maior do que o futebol brasileiro, porque nenhum é. Eu penso diferente do presidente do Flamengo”, afirmou ela.

Em entrevista à Flamengo TV, Bap havia criticado a proposta de divisão de receitas que está sendo discutida entre os clubes em um memorando de entendimento (MOU, na sigla em inglês) que prevê uma divisão mais igualitária entre as 20 equipes da Série A do Campeonato Brasileiro.

“Sabe quando que eu vou aceitar que eu receba no máximo 3,5 vezes a mais do que quem é pequeno? Nunca. Não vai acontecer esse acordo, nestas condições”, afirmou o presidente do Flamengo.

Divisão de receitas

A divisão mais igualitária é um dos preceitos das principais ligas nacionais europeias. A Premier League, da Inglaterra, que é quem detém as maiores arrecadações com patrocínio e direitos de TV, faz uma divisão ainda mais igualitária do total arrecadado pela competição do que a pretendida no Brasil.

Segundo a tabela de distribuição de receita da temporada 2023/2024, a última divulgada pela direção da liga, o campeão Manchester City, recebeu premiação de £ 175,9 milhões. Já o Sheffield United, último colocado e rebaixado à Championship, a segunda divisão inglesa, ficou com £ 109,7 milhões. Ou seja, o campeão recebeu 1,6 vez a mais do que o lanterna do campeonato.

Para Bap, a receita obtida pelo Flamengo não deve entrar em um bolo em favor do crescimento do produto e da competitividade do campeonato.

“Isso é um processo de desapropriação de um ativo que é nosso, por nenhuma razão, por nenhum mérito, nenhum critério que possa ser aventado”, afirmou o dirigente, sobre a proposta do MOU.

Discussões

Para Leila, é consenso entre os clubes a necessidade de formação de uma liga para melhorar a qualidade do Campeonato Brasileiro, visto hoje como o sexto melhor campeonato nacional de futebol do planeta e o primeiro colocado fora do continente europeu.

“Se você perguntar, todos querem e acham importante a formação de uma liga. Mas, na hora que senta [para discutir o tema], começam os problemas. Um querendo mais do que o outro”, criticou.

A presidente do Verdão defendeu que os clubes sejam fortalecidos economicamente em favor da melhoria técnica e competitiva do Brasileirão.

 “Não adianta o Palmeiras jogar com clubes completamente quebrados. Se quisermos um produto forte, que interesse o mercado exterior, precisamos fortalecer a todos”, defendeu a dirigente.

Atualmente, os clubes brasileiros estão divididos em dois grandes blocos: a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), do qual Palmeiras e Flamengo fazem parte, e a Liga Forte União (LFU), que conta com 11 dos 20 clubes da Série A do Brasileirão. As conversas entre os dois blocos continuam, mas o entendimento ainda parece longe de ser atingido.