A Liga Forte União (LFU) decidiu nomear Gabriel Lima, que exercia o cargo de CEO do Coritiba, como líder do condomínio do bloco de clubes que conta com 11 dos 20 times que disputarão a Série A do Campeonato Brasileiro em 2025. O cargo é uma espécie de diretor-executivo.
Lima havia sido anunciado pelo Coxa em julho do ano passado para substituir Carlos Amodeo, que deixara o clube em comum acordo com a TreeCorp, detentora da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do time paranaense.
A função do executivo no clube passou por uma reestruturação administrativa e financeira. O time havia aprovado uma recuperação extrajudicial em 2024.
Em campo, porém, o principal objetivo do clube, que era retornar à elite do futebol brasileiro, não foi alcançado. Mesmo com a segunda maior folha salarial da Série B, atrás apenas do Santos, o Coritiba em nenhum momento esteve próximo do G4 e acabou a competição apenas em 12º lugar.
Na LFU, Lima terá como função gerir os contratos assinados pelo grupo, que já vendeu os direitos de transmissão de suas partidas para quatro empresas diferentes.
Ao todo, foram comercializados três pacotes: um dividido entre Record e CazéTV de um jogo não exclusivo por rodada; um para a Globo, em suas diversas plataformas, de cinco jogos; e outro de um jogo exclusivo para o Prime Video, plataforma de streaming da Amazon.
O acordo com Record e CazéTV é válido por três anos, enquanto Globo e Amazon assinaram por cinco temporadas.
O grupo também discute a venda de outros ativos conjuntos, como os direitos internacionais e de apostas, assim como patrocínios. Além disso, conta com um grupo de investidores, capitaneados pela Life Capital Partners (LCP), que adquiriu 10% dos direitos comerciais da LFU por 50 anos.
Trajetória
Antes do Coritiba, Gabriel Lima havia exercido o cargo de CEO da SAF do Cruzeiro no período em que Ronaldo Nazário esteve à frente da Raposa.
Com a venda da participação do ex-jogador para o empresário Pedro Lourenço, o Pedrinho BH, dono dos Supermercados BH, Lima se manteve no cargo durante um curto período até comunicar seu desligamento do clube.
Ele é formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com especialização em Finanças. No Cruzeiro, ajudou no processo de recuperação financeira e técnica do clube, bem como na implantação da SAF.
Durante esse período, o Cruzeiro conseguiu retornar à Série A do Brasileirão após três anos. A dívida do clube, porém, voltou a crescer em 2023, segundo o relatório Convocados, chegando a R$ 800 milhões.
A alavancagem dos débitos de curto prazo, contudo, caiu de 2,2 vezes em 2021 para 0,5 vez em 2022. A principal crítica por parte da torcida na gestão de Ronaldo foi a ausência de títulos, com exceção da conquista da Série B em 2022.
Além do Cruzeiro, Lima ocupou cargos de gestão na Octagon Brasil. Ele também foi diretor-geral de negócios do Valladolid, da Espanha, clube que também tem Ronaldo como proprietário, embora o ex-jogador já tenha sinalizado a intenção de vender sua parte. Anteriormente, o executivo teve passagens por empresas, como Accenture e Vale.