Representantes da Liga Forte Futebol (LFF) e da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) tiveram um encontro nesta segunda-feira (18) e, pela primeira vez, os dirigentes saíram dizendo que houve uma aproximação entre os grupos. A reunião aconteceu na hora do almoço, no restaurante Rubayat Faria Lima, em São Paulo.
As discussões tiveram as participações dos presidentes de Atlético-MG (Sérgio Coelho), Fluminense (Mário Bittencourt), Fortaleza (Marcelo Paz), Internacional (Alessandro Barcellos) e da Associação Nacional de Clubes de Futebol (Francisco José Battistotti), representando a LFF, e dos presidentes de Corinthians (Duilio Monteiro Alves) e Santos (Andrés Rueda), além do CEO do Red Bull Bragantino (Thiago Scuro), pela Libra.
“Foi uma reunião boa, bem conciliadora. Conversamos sobre algumas pautas mais decisivas para a liga. Chegamos a um alinhamento de uma proposta. Cada grupo agora vai validar com seus pares”, contou Marcelo Paz, do Fortaleza, em entrevista à Máquina do Esporte.
“A reunião foi muito boa. Histórica, na minha opinião. Teve muita convergência de ideias. Os princípios estão muito próximos de serem os mesmos, e o objetivo é que agora possamos levar isso para os demais clubes, para que tenhamos continuidade no processo de formação da liga”, acrescentou Alessandro Barcellos, do Internacional.
Pontos de divergência
As principais divergências entre os grupos se referiam à divisão de receitas com direitos de transmissão e patrocínios da futura liga. A LFF defende uma distribuição mais igualitária de receitas, que se aproxime do modelo da Premier League, da Inglaterra.
Nele, 50% da receita é distribuída igualmente entre os clubes, 25% por desempenho e 25% por audiência. Os clubes também pedem que não haja tanta disparidade entre os times com maior e menor remuneração.
Já a Libra propõe, em seu estatuto original, que a partilha seja 40% de maneira igualitária, 30% por performance e 30% por engajamento, com cinco critérios: média de público nos estádios, base de assinantes de cada time no streaming, número de seguidores nas redes sociais, audiência na TV aberta e tamanho da torcida.
Esse modelo, para os clubes alinhados com a LFF, reproduziria a mesma disparidade de remuneração que acontece atualmente no Campeonato Brasileiro.
Outro ponto de discórdia é sobre a porcentagem destinada aos times da Série B do Brasileirão. A proposta da Libra é destinar 15% dos contratos para os 20 times da segunda divisão. A LFF defende que essa parcela seja de 20%.
Próximos passos
Os times da LFF e da Libra agora farão reuniões com os demais clubes que integram seus blocos. Ainda não há data nem local para esses encontros, mas a ideia é que as propostas que foram discutidas nesta segunda-feira (18) sejam alinhadas com todos os times e formatadas tecnicamente em uma proposta oficial.
“Vejo tudo isso com muito otimismo, pois os clubes estão pensando de forma parecida. Aquilo que poderia ser distante em algum momento, agora está muito mais possível de fazer parte de uma proposta única de uma liga dos 40 clubes”, disse Barcellos.
“O Internacional está trabalhando coletivamente com todas as agremiações para que isso se concretize”, acrescentou.
Peso de cada bloco
A Libra é atualmente integrada por 13 times, sendo sete da Série A e seis da Série B do Campeonato Brasileiro: Botafogo, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Guarani, Ituano, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vasco.
Já o bloco dos 25 conta com representantes de 11 estados brasileiros e é integrado por América-MG, Atlético-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Brusque, Ceará, Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, CSA, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vila Nova.
Entre os 40 times que disputam as Séries A ou B do Brasileirão, os únicos que permanecem independentes são Bahia e Grêmio. O tricolor gaúcho já manifestou a intenção de aderir à Libra, porém não formalizou sua entrada.