A Liga Forte Futebol, formada por 25 clubes das Séries A e B que não aderiram à Liga Brasileira de Clubes (Libra), se reunirá nesta sexta-feira (8) pela manhã, na sede do Fluminense, no Rio de Janeiro. A pauta principal será sobre a divisão de receitas de direitos de transmissão e patrocínios da futura liga, que pretende ser a substituta do Campeonato Brasileiro.
Esse grupo de equipes ficou insatisfeito com a proposta do estatuto da Libra, que previa a divisão de receitas em 40% igualitariamente, 30% por performance e 30% por engajamento, com cinco critérios: média de público nos estádios, base de assinantes de cada time no streaming, número de seguidores nas redes sociais, audiência na TV aberta e tamanho da torcida.
Esse último critério também gerou polêmica entre os clubes dissidentes, que o consideraram subjetivo, já que seria possível comprar seguidores nas redes sociais e não ficou claro como seria definido o tamanho de cada torcida.
Para os times que formaram a Liga Forte Futebol, haveria ainda uma reprodução da desigualdade que acontece atualmente no Campeonato Brasileiro. Esse grupo pede que não haja tanta disparidade entre o clube que recebe maior parcela em relação àquele que ganha um quinhão menor.
Produtos à venda
Também serão debatidos os produtos que a liga pretende lançar no mercado. No total, após discussões dos departamentos comerciais de cada clube, bem como estudos encomendados para a LiveMode (plataforma de streaming) e a Alvarez & Marsal (consultoria de gestão de empresas), chegou-se ao número de 35 propriedades que serão disponibilizadas para patrocinadores, emissoras de TV e plataformas de streaming, entre outros possíveis parceiros.
Para a venda de direitos de mídia, a ideia é fazer um pacote semelhante ao que a Conmebol montou para o próximo contrato de transmissão da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana. Os pacotes vendidos pela confederação sul-americana incluem TV aberta, TV fechada, streaming e um serviço adicional de melhores momentos (highlights), que poderão ser disponibilizados a outro parceiro comercial, o qual teria o direito de divulgar vídeos curtos dos gols e melhores lances das partidas apenas alguns minutos após a transmissão ao vivo.
As cotas de patrocínio envolveriam desde placas nos estádios dos times que disputariam o campeonato até naming rights da competição e ativações digitais nas redes sociais que serão criadas para o torneio.
Haveria ainda outras possibilidades comerciais, buscando atrair setores que recentemente têm investido bastante em patrocínio, como os sites de apostas e as empresas de blockchain, que poderiam criar NFTs (tokens não fungíveis) da competição.
Por fim, mais duas possibilidades de comercialização seriam um fantasy game oficial (propriedade que atualmente está com o Grupo Globo, com o Cartola) e um álbum de figurinhas.
Liga Forte Futebol x Libra
A Liga Forte Futebol conta com 62,5% dos times que disputam as Séries A e B do Brasileirão. São 13 times da elite e 12 que participam da segunda divisão: Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sampaio Corrêa, Sport, Vila Nova e Tombense.
Já a Libra é atualmente integrada por 13 agremiações, sendo sete da Série A e seis da Série B do Brasileirão: Botafogo, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Guarani, Ituano, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vasco.
Grêmio e Bahia permanecem neutros nesta disputa de poder. O time gaúcho chegou a divulgar intenção de aderir à Libra, mas não oficializou a entrada.