As ligas nacionais da Europa reacenderam o debate sobre o futuro formato da Champions League e pedem que a UEFA repense a mudança no formato para proteger os campeonatos nacionais. O assunto voltou às discussões porque a UEFA realizará uma série de reuniões importantes nos próximos dias, culminando com seu congresso anual, no dia 10 de maio.
A entidade que comanda o futebol europeu já anunciou que implantará um novo sistema a partir de 2024 como resposta à ameaça de uma liga separatista, como a tentativa de criação da Superliga no ano passado. Com isso, a Champions League passará a ter 36 clubes, quatro a mais do que no modelo de hoje, sendo disputada no formato de liga. Em vez das atuais seis partidas, cada time terá no mínimo dez jogos contra rivais diferentes.
“As competições europeias geram um grande impacto nos torneios nacionais. Elas fazem parte da pirâmide do futebol. Mas é essencial que haja atenção ao coração, à alma e à espinha dorsal do futebol europeu de clubes, que são as ligas domésticas”, afirmou Claus Thomsen, presidente das Ligas Europeias, em entrevista coletiva após a assembleia anual da entidade, na Turquia.
“Ter tantos jogos extras na Champions League prejudicará a grande maioria dos clubes da Europa e beneficiará muito poucos. É nossa opinião que tal coisa não pode ser introduzida nas competições europeias”, criticou o dirigente.
A UEFA também pretende oferecer vagas a alguns clubes com base no histórico na competição em vez do sucesso atual nas ligas nacionais, o que também é alvo de crítica.
“A classificação [para os torneios europeus] deve ser sempre pelo mérito esportivo. Você deve sempre se qualificar através da sua liga nacional. É por isso que os torcedores se envolvem com o futebol em toda a Europa. Não podemos comprometer isso”, disse Thomsen.
Embora não tenha sido admitido, os clubes menores temem que os contratos de TVs fiquem inflacionados para os eventos europeus, enfraquecendo os acordos para competições nacionais.
“Os clubes menores e médios gostariam de ver um equilíbrio diferente entre as partidas internacionais e as domésticas. Não há dúvida de que, se todos os clubes da Europa tivessem o mesmo voto, essa [proposta] nunca aconteceria. Para a grande maioria dos clubes, a competição doméstica é a mais importante”, finalizou Jacco Swart, diretor geral das Ligas Europeias.