Mesmo após perder Messi, Ligue 1 quer faturar € 1 bilhão com direitos de transmissão

Lionel Messi era, ao lado de Kylian Mbappé e Neymar, uma das grandes estrelas do PSG - Reprodução / Instagram (@leomessi)

A Liga Francesa de Futebol Profissional (LFP) tenta alcançar um valor bilionário para o novo contrato de direitos de transmissão da Ligue 1, a primeira divisão do Campeonato Francês.

O acordo emergencial firmado com Amazon, Canal+ e Free em 2020, em decorrência da crise da espanhola Mediapro (que detinha os direitos de transmissão), chegará ao fim neste ano. A nova licitação será lançada em setembro e será válida para o período de 2024 a 2028.

As expectativas da LFP são altas, mesmo com a debandada de algumas estrelas da competição. A maior baixa, até o momento, foi a do atacante argentino Lionel Messi. Principal ídolo do futebol mundial na atualidade e grande destaque da última Copa do Mundo, o craque deixou o PSG rumo ao Inter Miami, clube que disputa a MLS, dos Estados Unidos.

A Ligue 1 ainda corria o risco de perder seu outro grande astro, Kylian Mbappé, artilheiro do Mundial do Catar, que estava sendo negociado com o Real Madrid, da Espanha. Mas essa transação não se confirmou, pelo menos por enquanto.

Ainda que os atrativos para o público sejam significativamente menores, a LFP sonha grande. Em entrevista ao jornal francês L’Équipe, o presidente da entidade esportiva, Vincent Labrune, afirmou que espera um montante de € 1 bilhão ao ano para fechar acordo.

Em 2018, quando o acordo com a Mediapro foi feito, a LFP chegou a faturar € 1,153 bilhão com os direitos da Ligue 1, sendo que a emissora espanhola pagava € 780 milhões pela competição.

Canal+

Na entrevista ao L’Équipe, Labrune confirmou que vem trabalhando nesse negócio desde o segundo semestre do ano passado, ao lado do fundo CVC, parceiro comercial da LFP.

“Pode ser um pouco otimista, mas temos uma margem significativa para avançar do lado internacional (€ 80 milhões por ano, atualmente), enquanto a LaLiga arrecada € 800 milhões, e a Premier League, € 1,6 bilhão, por exemplo”, afirmou Labrune.

Hoje, um dos grandes entraves para as pretensões financeiras da LFP está na aparente recusa do Canal+, que opera no ramo de TV por assinatura, em participar da licitação. Inclusive, a expectativa é de que o grupo de mídia sequer participe da próxima rodada de negociações.

“Na França, é um pouco mais complicado, principalmente quando o grande player, o Canal+, não quer participar”, admitiu Labrune.

Atualmente, o canal pago é o principal parceiro de mídia da Ligue 1, pagando € 332 milhões ao ano pelo direito de exibir dois jogos diários da Ligue 1, que são transmitidos em seus canais subsidiários.

Porém, esse casamento iniciado em 2004 entrou em rota de divórcio a partir de 2021, na sequência da quebra do acordo com a Mediapro, quando ainda era debatido o contrato emergencial. À época, o Canal+ chegou a ameaçar entrar na Justiça contra a LFP, por discordar da forma como o acordo de urgência foi gerido.

Ainda que não venha a adquirir os direitos de transmissão, a simples presença do Canal+ nas negociações ajudaria a elevar os valores das ofertas. Homem à frente das negociações do novo acordo de TV da Ligue 1, Labrune foi o principal articulador do contrato com o fundo CVC, que rendeu € 1,5 bilhão aos clubes franceses.

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