Museu do Futebol sediará “1º Fórum Brasileiro ESG no Futebol” em agosto

Museu do Futebol será sede de fórum sobre ESG no futebol - Reprodução / Instagram (@museudofutebol)

O Museu do Futebol será sede, no próximo dia 7 de agosto, do “1º Fórum Brasileiro ESG no Futebol”. O evento será restrito a convidados e jornalistas. A ideia do encontro é discutir as práticas de ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) no âmbito esportivo, aproveitando também o fato de que alguns dos principais clubes brasileiros recentemente se tornaram Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Com o aumento de clubes-empresa no futebol nacional, as práticas de ESG, antes mais restritas ao mundo corporativo, devem definitivamente ser incorporadas ao mundo do esporte. Segundo um estudo do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), o termo ESG teve aumento de buscas de 2.600% nos últimos quatro anos.

Idealizado por Jacqueline Meirelles, Cleila Teodoro, Marcelo Linguitte e Lina Nakata, o evento receberá empreendedores e grandes nomes do esporte brasileiro, como o pentacampeão Cafu; Paula Freitas, chefe de sustentabilidade da Fifa; Marcelo Carvalho, fundador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol; Heloísa Rios, da Universidade do Futebol; e Renata Motta, responsável pelo Museu do Futebol.

“O futebol é um espetáculo gigantesco no Brasil. No nosso país, corresponde a 0,72% do PIB [Produto Interno Bruto] nacional. Ou seja, gira mais de R$ 52 bilhões por ano, segundo levantamento da EY. Porém, mesmo com todo esse potencial de arrecadação, vemos muitos clubes endividados. Por isso, é tão importante falar sobre ESG no esporte”, disse Lina, uma das responsáveis pelo fórum.

Gestão

Para a empresária Jacqueline Meirelles, os clubes, inclusive aqueles que não são SAFs, precisam introduzir o conceito ESG na gestão e governança.

“Foi através do meu trabalho assistencial no São Paulo que pude vivenciar necessidades sociais e ambientais, necessárias no mundo do futebol. Novas práticas estão sendo adotadas em nível global, e o futebol não poderia ficar para trás”, afirmou Jacqueline.

“A Arena ESG é meu ideal, meu propósito, e nasceu com o exercício da minha experiência, consolidando a vontade de fazer a diferença no aspecto social e ambiental do futebol. Um ideal aliado a grandes profissionais que vestem a mesma camisa e que estão no mesmo time”, acrescentou.

Racismo

A consultora Cleila Teodoro, especialista em governança, finanças e comunicação, lembrou que o futebol ainda registra casos de homofobia e racismo, sendo que, em muitos casos, os clubes e as entidades são permissivos em relação a tais crimes.

“Vimos estarrecidos o que aconteceu com o Vini Jr. na Espanha. E o que de efetivo foi feito? Infelizmente, as pessoas se sentem à vontade para expor o que há de pior nas arquibancadas”

Cleila Teodoro, consultora

“Se os gestores do futebol, no Brasil e no mundo, não fizerem nada, os investidores vão se afastar do esporte. Ninguém quer ter sua marca atrelada a um ambiente tolerante com atitudes criminosas”, completou.

Sustentabilidade

O executivo Marcelo Linguitte, com 30 anos de atuação em sustentabilidade, afirmou que o futebol é um propagador de ideais.

“Sabemos que, quanto mais clubes tiverem boas práticas, maior será a aceitação do conceito ESG em toda a sociedade, pois o esporte possui um alcance enorme e dita tendências”, destacou.

“As equipes são verdadeiras influenciadoras porque falam com os corações das pessoas. Nosso objetivo é melhorar a gestão futebolística e, com isso, ir além. Queremos plantar algo de positivo na sociedade como um todo”, defendeu.

Parcerias

O “1° Fórum Brasileiro ESG no Futebol” contará com o apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e do Pacto Global e está na programação de comemoração dos 15 anos do Museu do Futebol.

Confira alguns dos temas que serão debatidos no evento:

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