A janela de transferências de início de temporada do futebol europeu foi agitada, em especial na Premier League. Ao todo, os clubes do torneio britânico gastaram £ 1,9 bilhão, de acordo com um estudo da Deloitte, e, com isso, bateram um recorde histórico.
Para se ter uma ideia, o recorde anterior era da temporada 2017/2018, com £ 1,86 bilhão, mas somando-se as duas janelas, de verão e de inverno. Naquela temporada, os gastos na janela de verão ficaram em £ 1,4 bilhão. Dessa vez, portanto, em apenas uma janela, a de verão, os clubes gastaram 3% a mais do que nas duas somadas de 2017/2018.
O gasto bruto de 2022/2023 ficou 67% maior do que os £ 1,1 bilhão da janela de transferências do verão anterior e 34% maior do que o recorde anterior (£ 1,4 bilhão do verão de 2017/2018).
Entre os clubes, o que mais desembolsou com reforços foi o Chelsea. Os Blues gastaram £ 157,8 milhões a mais do que no verão passado (£ 255,3 milhões em 2022/2023 contra £ 97,5 milhões em 2021/2022) e £ 53,3 milhões a mais do que o segundo colocado da lista, o Manchester United (£ 202 milhões).
Individualmente, porém, o Chelsea garantiu “apenas” a terceira maior transação (£ 70 milhões por Wesley Fofana, ex-Leicester). À frente do clube de Londres ficaram Liverpool e Manchester United, com as aquisições do uruguaio Darwin Núñez (ex-Benfica) e do brasileiro Antony (ex-Ajax), respectivamente, por cerca de £ 85 milhões cada um.
“Você tem o retorno dos fãs com força total e novos acordos de transmissão entrando em jogo, então você realmente tem clubes com altas doses de confiança e certeza para entrar nessa janela. Você tem um novo ciclo de transmissão que está começando, em que a parte internacional dos direitos excedeu os direitos domésticos pela primeira vez, e isso realmente destaca o apelo global da Premier League”, afirmou Zal Udwadia, diretor-assistente da Deloitte, ainda no início da janela de transferências.
Outro número interessante relatado pela Deloitte foi em relação ao Nottingham Forest, que subiu da EFL Championship, a segunda divisão do país, e está jogando a Premier League em 2022/2023. O clube gastou £ 126 milhões e se tornou apenas o terceiro da história da competição a desembolsar mais de £ 100 milhões no ano de promoção para a Premier League. As anteriores foram Aston Villa, com £ 124,9 milhões em 2019/2020, e o Fulham, com £ 104,3 milhões em 2018/2019.
“Os Big Six [Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham] estão gastando para se solidificar ou entrar nas quatro vagas diretas da Champions League, mas você tem outro grupo gastando para tentar entrar no cenário do futebol europeu e colher as recompensas que isso traz. Além disso, ainda há uma série de clubes que estão gastando apenas para permanecer na Premier League, porque o custo do rebaixamento é muito alto”, resumiu Udwadia.