O presidente do Sport Recife, Yuri Romão, anunciou que irá deixar ao cargo ao final do ano. O dirigente decidiu deixar a presidência do clube após reuniões pela manhã com lideranças do time pernambucano, que vive a expectativa de um rebaixamento iminente no Campeonato Brasileiro.
O Sport possui apenas 17 pontos em 32 jogos. Caso não vença o Flamengo, vice-líder do Brasileirão, no próximo sábado (15), na Ilha do Retiro, em jogo adiado da 12ª rodada, confirmará a queda com cinco rodadas de antecedência.
Romão desceu do céu ao inferno em menos de um ano. Ele havia sido reeleito para o biênio 2025/2026 há apenas 11 meses com 96,5% dos votos. Na ocasião, derrotou um nome poderoso: o deputado federal Luciano Bivar, aliado importante do ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-presidente do União Brasil, que recebeu só 3,5% dos votos.
“Nessa última reunião, de hoje, a gente tomou uma decisão de que o presidente Yuri Romão fica até 31 de dezembro”, anunciou o dirigente.
Eleição
Apesar da data declarada, sua saída ainda é incerta, já que logo em seguida o dirigente informou como será o trâmite para a escolha de um sucessor.
“Ao final desse período, a gente chama a auditoria, que é normal, por conta da Lei Pelé. Logo após o final da auditoria, convocamos uma eleição para que se escolha um novo dirigente para tomar conta do nosso glorioso Sport Clube do Recife”, acrescentou.
O novo mandatário deve ter um mandato-tampão, até o final de 2026. A partir daí, haveria a escolha do novo presidente, agora para um mandato de três anos. Romão evitou usar o termo renúncia e justificou sua escolha utilizando outras palavras.
“Não é renúncia. Estou antecipando uma eleição. Fico até a chegada de um novo presidente, que vai receber o bastão da minha mão”, declarou.
Finanças
O Sport aprovou um plano de recuperação judicial no final de 2024. Além desse passo importante, no ano passado, o clube teve outras duas boas notícias na parte financeira: o acesso à Série A, com seu potencial aumento arrecadatório, e a venda de Pedro Lima ao Wolverhampton, da Inglaterra.
A negociação do lateral-direito, que tinha 70% de seus direitos federativos presos ao Sport, rendeu € 10 milhões (ou R$ 61 milhões em valores da época).
Por outro lado, o time pernambucano fechou o ano ainda com situação financeira frágil. Segundo o balanço de 2024, o último divulgado pelo Sport, a dívida bruta do clube estava em R$ 345,7 milhões. Os débitos de curto prazo (passivo circulante) chegavam a R$ 164,9 milhões, enquanto o endividamento de longo prazo (passivo não circulante) somava R$ 180,7 milhões.
Embora não se saiba claramente a situação financeira atual, é de se esperar que o provável rebaixamento à Série B irá impactar no caixa. Caso jogue a Segundona em 2026, o Sport terá com menor potencial de arrecadação em direitos de TV e ganhos marketing. Provavelmente terá que promover corte de despesas e reestruturação do elenco para manter a sustentabilidade financeira.
