Um estudo da Nielsen e da LaLiga Tech mostrou que o público jovem acompanha mais esporte do que os mais velhos, mas com uma forte preferência por streaming e uso de dispositivos móveis, incluindo fantasy games. O relatório destacou que a Geração Millennial e a Geração Z veem mais competições do que a Geração X e os Boomers.
“O futuro do esporte depende de seus fãs. Então, à medida que esses torcedores mudam seus comportamentos, é essencial que a indústria responda”, analisou Fabio Gallo, líder de produto da LaLiga Tech, subsidiária de tecnologia da LaLiga.
Esses fãs estão se tornando mais fragmentados em plataformas de streaming, aplicativos e jogos, mostrando que o esporte necessita continuar desenvolvendo tecnologias e análises de dados para capitalizar o interesse desse público.
“O futuro do esporte depende de seus fãs. Então, à medida que esses torcedores mudam seus comportamentos, é essencial que a indústria responda”
Fabio Gallo, líder de produto da LaLiga Tech
“Este relatório destaca as tendências que acompanhamos há algum tempo. O público digital está sendo atraído para o esporte por meio de jogos, streaming de conteúdo ou aplicativos móveis, mas seu nível de interesse não mudou. Na verdade, pode até estar aumentando”, afirmou Gallo.
O relatório “Engajamento 360º do fã: Um caminho para o esporte entender e se envolver com suas comunidades on-line” ouviu mais de 20 mil pessoas de todas as faixas etárias em 15 países, abrangendo América, Europa, Ásia e África. A enquete apontou várias tendências entre as diferentes faixas etárias.
Aumento do público
Os entrevistados com 34 anos ou menos afirmaram seguir uma média de 6,3 esportes, um aumento em relação às gerações mais velhas.
No total, os entrevistados listaram 65 esportes diferentes como sendo de interesse significativo, revelando a oportunidade de até mesmo competições de nicho gerarem seguidores significativos.
Digital e dados
Enquanto o público mais jovem está consumindo esportes em uma proporção igual ou maior do que as gerações anteriores, seus métodos de consumo estão claramente mudando. Quase metade (46%) dos fãs mais jovens expressaram preferência por assistir esportes em smartphones ou tablets. Esse público também é 15% mais propenso a buscar conteúdos sob demanda.
Os mais jovens também têm 50% mais chance de jogar enquanto assistem a uma partida e 41% mais chance de se envolver com fantasy games.
“O público digital está sendo atraído para o esporte por meio de jogos, streaming de conteúdo ou aplicativos móveis, mas seu nível de interesse não mudou. Na verdade, pode até estar aumentando”
Fabio Gallo, líder de produto da LaLiga Tech
“A mudança de comportamento dos fãs de esportes é uma das principais conclusões do nosso estudo. Vemos que os torcedores já estão optando por consumir esportes por meio de plataformas digitais como uma opção adicional aos formatos tradicionais”, comentou Ramón Amich, diretor geral da Nielsen Sports na Espanha.
Essa interação com plataformas digitais também parece estar moldando as expectativas em torno das transmissões ao vivo, já que 55% dos entrevistados da Geração Z esperam ver e interagir com estatísticas ao vivo durante o jogo.
Seguidores diversificados
Os mercados globais emergentes mostraram um maior interesse no esporte, destacando a necessidade de as competições se concentrarem em envolver um público internacional além de seu mercado doméstico.
“Agora é a hora de as entidades esportivas se prepararem para a mudança criando plataformas digitais próprias que permitam que seu conteúdo seja descoberto pela nova geração, usando análise de dados para criar pontes mais fortes com os fãs do que jamais vimos antes”, observou Gallo.
Nigéria (74%), Indonésia (70%), Colômbia (69%), Turquia (67%), Índia (67%) e Emirados Árabes Unidos (65%) apresentaram a maior porcentagem de entrevistados que se consideram fãs de esportes. Já mercados tradicionais, como EUA (46%), Reino Unido (44%) e França (43%), alcançaram um índice bem menor de quem acompanha esporte.
OTT como plataforma adicional
A chegada do streaming como plataforma importante para acompanhar eventos esportivos foi confirmada pelo estudo, embora não necessariamente em detrimento da transmissão tradicional.
“Os fãs procuram experiências imersivas, e para isso detectamos uma clara preferência pelos canais digitais. Clubes, entidades esportivas e federações enfrentam o desafio de melhorar a comunicação e as experiências de visualização para fidelizar os torcedores”, disse Amich, da Nielsen.
No total, 41% dos fãs de esportes globais assistem pelo menos alguns eventos esportivos via OTT. No entanto, metade desse público (47%) também liga a televisão ao mesmo tempo, sugerindo que o streaming adicionou janelas a mais para consumir esporte, em vez de substituir as existentes.
Essa tendência multitelas aumentou 5% globalmente em 2021, de acordo com os dados da Nielsen, e 10% entre o público da Geração Z (os mais jovens).
Novas oportunidades
O relatório concluiu que todas as competições têm grande oportunidade de obter visibilidade global ao criar suas próprias plataformas digitais, mas que qualquer investimento desse tipo deve ser apoiado por análise de dados se essas organizações quiserem alcançar um envolvimento duradouro dos torcedores em todo o mundo.
“Nesse contexto, a análise dos dados gerados pelos dispositivos inteligentes é parte essencial para fortalecer a fidelidade entre os fãs de esportes, ao mesmo tempo em que permite que as organizações coletem dados, conheçam melhor seus clientes e analisem com mais detalhes suas necessidades”, analisou o executivo da Nielsen.
“Clubes, entidades esportivas e federações enfrentam o desafio de melhorar a comunicação e as experiências de visualização para fidelizar os torcedores”
Ramón Amich, diretor geral da Nielsen Sports na Espanha
Como os fãs de todas as idades estão acessando o esporte em uma ampla gama de plataformas de tecnologia, o relatório recomenda que o setor se concentre em como construir uma compreensão de seu público digital para melhorar a experiência dos torcedores e aumentar as oportunidades de crescimento.
Fundamentalmente, ao analisar os dados que os fãs estão produzindo em ambientes digitais, as entidades esportivas podem entender melhor como o comportamento dos torcedores muda de uma plataforma para outra e, assim, podem construir perfis personalizados de cada fã, levando a relacionamentos mais fortes e duradouros.