A pandemia de Covid-19 afetou as finanças de diversos clubes de futebol na Europa. O Real Madrid, no entanto, conseguiu preservar suas finanças, mesmo nesse cenário econômico conturbado. O clube espanhol registrou um lucro líquido de € 12,9 milhões na temporada 2021/2022. Se forem considerados os três anos impactados pela doença, o acumulado chega a € 14 milhões.
O resultado financeiro positivo ocorre apesar de o Real Madrid haver registrado perdas de € 400 milhões em rendimentos ordinários, entre 2019 e 2022. Ainda assim, o clube não tem do que reclamar. Inicialmente, os merengues projetavam uma arrecadação total de € 695,53 milhões na temporada 2021/2022. Mas os números acabaram sendo maiores do que o previsto, fechando em € 721,5 milhões.
Mais crescimento
Para a temporada 2022/2023, o Real Madrid espera aumentar suas receitas em 7%, atingindo € 769,6 milhões. Para alcançar esses números, o clube teria de considerar os ganhos de capital com transferências como a de Casemiro (€ 70 milhões). Pela mesma projeção, o lucro antes dos impostos será de € 5 milhões.
“Ainda há alguns efeitos sobre a renda devido ao impacto atrasado da crise econômica derivada da pandemia, à qual devemos adicionar as dificuldades econômicas que o conflito de guerra na Ucrânia está causando”, ponderou o clube.
Reabertura do estádio e títulos
Um dos motivos desse crescimento de 10% acima do esperado está na reabertura parcial do Estádio Santiago Bernabéu, que voltou a ultrapassar a marca de € 100 milhões em volume de negócios, depois de passar um ano fechado.
Outro segredo para esse sucesso financeiro do Real Madrid está nos bônus pagos pela Uefa e os patrocinadores por conquistas como a da Champions League e também da LaLiga no futebol, assim como a Liga ACB de basquete e a chegada de novos investidores para o estádio. O Real havia projetado um lucro de € 1 milhão para o período, mas acabou alcançando quase € 13 milhões.
No relatório, o clube não especifica qual a participação das transferências de atletas nesses números. Vale lembrar, porém, que o orçamento original incluía negociações como as saídas de Raphael Varane (€ 40 milhões) e Martin Ødegaard (€ 35 milhões).
Reduções salariais
A gestão do presidente Florentino Pérez promoveu reduções salariais de 10% entre 2019 e 2021, além do corte de despesas operacionais, que teriam evitado perdas de € 100 milhões, segundo o pior cenário projetado.
“A gestão do clube tem continuado a focar na contenção de despesas e nas ações de melhoria da gestão e desenvolvimento do negócio em todas as áreas, destacando nesse sentido o valor excedente feito no ano pelo acordo com a Sixth Street-Legends”, afirmou o documento divulgado pelo clube.
Ao que parece, o balanço 2021/2022 já inclui as receitas extraordinárias oriundas da venda de 30% da gestão do Santiago Bernabéu para a Sixth Street, que, em maio, comprometeu-se a pagar € 360 milhões pelo negócio nos próximos 20 anos.