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Real Madrid prevê receita de € 1,25 bilhão e quer atrair investidores

Florentino Pérez quer mudar plano de propriedade para permitir participação minoritária de empresas

Assembleia Geral de sócios do Real Madrid - Real Madrid/Divulgação

Assembleia Geral de sócios do Real Madrid - Real Madrid/Divulgação

O Real Madrid apresentou em sua Assembleia Geral o orçamento para a temporada 2025/2026, com previsão de receita de € 1,25 bilhão (US$ 1,44 bilhão), valor que superaria o recorde anterior de €1,18 bilhão (US$ 1,36 bilhão).

O presidente Florentino Pérez aproveitou o encontro para detalhar planos de alteração no modelo de propriedade do clube, com a criação de uma subsidiária que permitirá a entrada de investidores externos com participação minoritária.

Receitas

O crescimento projetado está diretamente ligado ao término da reforma do estádio Santiago Bernabéu, avaliada em US$ 1,6 bilhão.

A receita de estádio deve subir 23%, alcançando US$ 463 milhões, impulsionada por aumento de 31% nas atividades do museu e tour, além de 13% nos assentos vip. O Santiago Bernabéu também recebeu recentemente o primeiro jogo da NFL na Espanha.

A área de marketing segue como principal fonte de receita, com previsão de alta de 7%, chegando a US$ 621 milhões. Já os direitos de transmissão devem permanecer estáveis em US$ 189 milhões.

Por outro lado, as partidas internacionais e amistosos terão queda de 34%, chegando a US$ 163 milhões, em função da contabilização da receita da Copa do Mundo de Clubes e do cancelamento da pré-temporada 2025/2026.

O clube também apresentou projeções para o time feminino, com receita estimada em US$ 14,2 milhões, sendo 83% provenientes de marketing e patrocínios.

Propriedade

Florentino Pérez confirmou que pretende convocar uma assembleia extraordinária para apresentar o plano de criação de uma nova empresa, na qual os atuais 98 mil sócios manteriam o controle, mas com possibilidade de entrada de um investidor.

“Durante esses meses refletimos profundamente sobre como ampliar o valor do Real Madrid e a conclusão é clara. Continuaremos a ser um clube de sócios, mas faremos uma subsidiária em que os sócios mantenham o controle, com um acionista minoritário de cerca de 5%”, afirmou.

Segundo Pérez, o objetivo é valorizar o clube sem abrir capital na Bolsa.

“Não queremos flutuar na Bolsa. Limitaremos a participação para que o clube permaneça nas mãos dos sócios. Esse investidor ou investidores devem compartilhar nossos valores e ajudar a proteger nossos ativos contra ataques externos”, declarou.

Valorização

Em maio, o site Sportico avaliou o Real Madrid em US$ 6,53 bilhões. Pérez, no entanto, acredita que o valor seja bem acima desse montante, estando próximo de € 10 bilhões (US$ 11,5 bilhões).

Recentemente, o Apollo Sports Capital adquiriu controle do Atlético de Madrid por € 2,2 bilhões (US$ 2,55 bilhões), a segunda maior transação já realizada no futebol, atrás apenas da compra do Chelsea em 2022 por US$ 3,16 bilhões.

O Real Madrid já possui parceria com a Sixth Street, que em 2022 adquiriu parte das receitas futuras do Santiago Bernabéu por € 360 milhões.

Governança

A proposta de mudança será submetida a votação dos representantes dos sócios, que decidirão se o tema deve seguir para um referendo geral.

Caso seja aprovado, cada sócio terá uma ação com valor monetário, transferível apenas a filhos e netos. Investidores externos receberiam dividendos, mas não teriam direito a voto.

Disputas

Pérez também afirmou que a alteração no modelo de propriedade ajudaria a proteger o clube de pressões externas, citando o presidente da LaLiga, Javier Tebas.

O Real Madrid já recusou participação no acordo da liga espanhola com a CVC Capital Partners, que investiu € 2 bilhões em troca de parte das receitas comerciais dos times por 50 anos.

O dirigente merengue voltou a mencionar a Superliga Europeia, projeto de criação de um torneio entre as principais potências do continente, do qual foi um dos idealizadores, mas naufragou após pressões da Uefa.

O clube informou que pretende buscar indenização superior a € 4 bilhões (US$ 4,6 bilhões) da federação europeia por perdas relacionadas ao fracasso da competição.