Reeleito como presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) nesta quinta-feira (12), Alejandro Domínguez defendeu a implementação de regras de fair play financeiro no futebol sul-americano. O paraguaio afirmou, em seu discurso, que um dos próximos passos do novo mandato será a implementação de regras financeiras para os times da América do Sul.
“Não queremos clubes endividados, queremos clubes fortes. Queremos jogadores que recebam seus salários em tempo hábil”, enfatizou Domínguez.
“Queremos que o dinheiro seja investido na logística que garantirá nosso futuro. E, trabalhando juntos, podemos sonhar e solidificar as bases e as condições dos nossos clubes e das associações-membras”, completou.
O discurso ocorre na mesma semana em que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para montar as regras de um fair play financeiro para o futebol brasileiro.
No Brasil, os clubes e federações que queiram participar do GT têm até esta sexta-feira (13) para manifestar esse interesse. Os trabalhos durarão 90 dias até a elaboração de uma proposta a ser implantada pela confederação.
Reeleição
Há nove anos à frente da Conmebol, Domínguez foi reeleito por unanimidade entre as federações sul-americanas. Pelo Brasil, o representante no pleito foi Samir Xaud, recém-eleito presidente da CBF.
Há três meses, Domínguez enfrentou uma crise de imagem da Conmebol em relação à CBF e aos clubes brasileiros. À época, falava-se até de boicote dos times do país a competições sul-americanas por causa de seguidos casos de racismo e penas brandas impostas pela entidade.
Questionado como ele imaginaria a Libertadores sem os clubes brasileiros, Domínguez respondeu: “Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível”.
A comparação das equipes do Brasil com um chimpanzé pegou muito mal e houve até nota de repúdio assinada por todos os clubes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra), com exceção do Flamengo. Domínguez pediu desculpas no dia seguinte.