A Federação Internacional de Futebol (Fifa) publicou, nesta sexta-feira (28), a segunda edição do Setting The Pace, principal relatório de benchmarking de clubes e ligas de futebol feminino da entidade.
O estudo é parte do projeto da Fifa de acelerar o crescimento global da modalidade. O documento traz dados relativos a 30 das principais ligas do planeta, assim como de 294 clubes, além de apresentar as mudanças e desenvolvimentos que ocorreram no futebol feminino de elite, desde que a primeira edição do relatório foi lançada, em maio de 2021.
A análise abrangente é baseada em dados relacionados ao esporte, com tópicos de governança, finanças, jogadoras e engajamento de fãs, referentes a clubes de futebol feminino e ligas de todas as seis confederações da Fifa.
Apoio na tomada de decisões
Compilado com o apoio da Deloitte, o Setting The Pace ficará à disposição de clubes e ligas em todo o mundo, como uma ferramenta educacional e um ponto de referência, auxiliando os gestores na tomada de decisões, considerando exemplos de boas práticas e fornecendo soluções para os principais stakeholders do jogo aprenderem uns com os outros.
“Os clubes são a base do nosso jogo. Ao criar ferramentas específicas que pintam um quadro preciso do cenário dos clubes femininos, nosso objetivo é aumentar os dados disponíveis no futebol feminino e apoiar os processos de tomada de decisão”, afirmou o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
Resultados do relatório
A nova edição do Setting the Pace mostra que 90% das ligas tinham uma estratégia por escrito em 2022, contra 79% em 2021. O número de campeonatos com ao menos um patrocinador cresceu no último ano, chegando a 77%, um aumento de 11% em relação ao período anterior.
Das ligas que recebem receita de transmissão, 90% têm um sistema de licenciamento. Em 2022, há sinais animadores de crescimento da receita. O estudo mostra que 7% de todos os clubes geraram mais de US$ 1 milhão em faturamento e que, de um modo geral, os times de futebol feminino registraram um crescimento anual de receita comercial de 33%. Por sua vez, as ligas tiveram um incremento anual de 24% nas receitas comerciais.
Investir em marketing dá retorno
Ambas as tendências positivas destacam claramente a melhor comercialização e a capacidade de atrair patrocinadores, apesar da pandemia de Covid-19 e da economia global incerta. Os clubes que gastam mais de US$ 100 mil em marketing e ativação também provaram gerar, em média, receitas comerciais muito maiores, na casa de US$ 1,1 milhão, do que aqueles que investem abaixo dessa quantia.
“Os dados do relatório deste ano ressaltam que as organizações que estão preparadas para investir no futebol feminino estão recebendo um retorno. Esperamos que isso continue, à medida em que mais clubes e ligas, bem como emissoras e parceiros, realmente reconheçam a oportunidade única de crescimento que existe no futebol feminino”, disse Sarai Bareman, diretora de futebol feminino da Fifa.