Prestes a ter sua regulamentação lançada pelo governo federal, o setor de apostas ganhará mais uma associação para congregar as empresas do setor. Será lançada, nesta quarta-feira (15), às 20h30, em Brasília (DF), a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL).
“A associação existe há cerca de seis meses. Foi o tempo de tirarmos CNPJ e lidarmos com toda a burocracia. É todo um trabalho até você chegar a ponto de poder receber os membros”, contou André Feldman, presidente da ANJL.
“Montamos a entidade para recebermos qualquer empresa que pretenda trabalhar no mercado regulado. Desde loterias municipais, estaduais e nacionais, até cota fixa, fantasy game, jogos de habilidades. Poderemos atender quaisquer jogos que venham a ser regulados no futuro”, acrescentou o dirigente.
Integrantes
Por enquanto, Feldman não abriu quais seriam as empresas que farão parte da associação. Segundo ele, as plataformas de apostas foram convidadas para o evento e, quem quiser aderir, poderá preencher a ficha de filiação durante a festa de lançamento.
Algumas pistas, porém, são evidentes. Feldman contou que é representante no Brasil da rede de cassinos Caesars Entertainment, que hoje não atua no país, mas entrará assim que a regulamentação for lançada pelo governo federal.
Já o vice-presidente da ANJL é Alexandre Fonseca, gerente nacional da Betano no Brasil, uma das principais casas de apostas que já atuam no país. A empresa, que tem sede na Grécia, é patrocinadora máster de Atlético-MG e Fluminense, que disputam a Série A do Brasileirão.
“O Caesars possui uma plataforma de apostas esportivas que opera em 17 estados americanos. A empresa é listada na bolsa dos Estados Unidos, com um compliance muito rígido, e não opera em mercados não regulados”, afirmou Feldman, que comentou que a maioria das empresas dos Estados Unidos só virá ao Brasil após a regulamentação.
Para ele, dependendo das regras estabelecidas pelo Ministério da Fazenda, entre 100 e 200 empresas terão operação no Brasil, dependendo das barreiras de entrada estabelecidas pelo governo federal.
“Quanto mais baixas as barreiras de entrada, menos empresas irão entrar. Vai depender do governo a construção de um quadro de ética e exigências para que os melhores operadores do mundo venham operar no Brasil”, analisou.
Abradie
O lançamento acontece exatamente uma semana após o surgimento da Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie), capitaneada por Genius Sports, Entain, Rei do Pitaco, Bichara e Motta Advogados e Maia Yoshiyasu Advogados. Desses, apenas a Entain é uma empresa de apostas. O conglomerado britânico é dono de marcas importantes, como Bwin e Sportingbet, populares no Brasil, e Ladbrokes, que não atua por aqui.
Algumas plataformas de apostas consultadas pela Máquina do Esporte afirmaram que aguardavam um convite para aderir à associação. Segundo a Abradie, após o lançamento, houve abertura de inscrições aos players interessados em participar.
“A coalizão visa a ampla expansão da entidade para atingir seus principais objetivos, e todos os candidatos a aderirem à associação serão considerados. Até o presente momento, nenhum pedido de adesão foi recusado”, afirmou a Abradie.