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TV aberta tem mais que o dobro de alcance do streaming no consumo de futebol, diz pesquisa

Levantamento da Nexus encomendado pela CBF aponta que 61% dos brasileiros assistem a jogos pela TV aberta e 27% veem no streaming

Torcida do Flamengo assiste jogo na Fan Zone da Copa do Mundo de Clubes, no Rio - Divulgação

Torcida do Flamengo assiste jogo na Fan Zone da Copa do Mundo de Clubes, no Rio - Divulgação

A TV aberta lidera o consumo de futebol no Brasil com 61% de alcance mensal, mais que o dobro do streaming, que registra 27%. A TV fechada, por sua vez, atinge 38% do público. Os dados são da pesquisa realizada pela Nexus a pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que analisou os hábitos de consumo esportivo da população brasileira.

O levantamento mostra que 77% dos brasileiros acompanham futebol por algum meio de comunicação, seja TV aberta, TV fechada, rádio ou plataformas digitais. Apenas 6% utilizam todos os formatos, enquanto 22% acompanham por três deles, 20% por dois e 29% por apenas um. Outros 23% não consomem futebol por nenhum desses meios.

“De maneira geral, o futebol segue sendo a paixão nacional. O mundo hoje oferece diversas formas, sejam as mais tradicionais ou as modernidades da tecnologia, para se acompanhar, se informar, viver esse esporte”, ressalta Samir Xaud, presidente da CBF.

A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 24 de agosto com 2.006 pessoas com 16 anos ou mais, em todas as 27 unidades da federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de confiança.

Frequência

O hábito de assistir a partidas está presente na rotina de 73% da população. Desses, 47% acompanham ao menos um jogo por semana. Dentro desse grupo, 16% assistem a várias partidas semanalmente, 17% a mais de uma e 14% a apenas uma. Outros 5% veem uma partida a cada 15 dias, 6% uma vez por mês e 15% eventualmente. Apenas 2% afirmaram não assistir a jogos de futebol.

A frequência semanal é mais comum entre homens (64%), jovens de 16 a 24 anos (56%), pessoas com renda acima de cinco salários mínimos (53%), moradores do Sudeste e do Norte/Centro-Oeste (51% cada) e pessoas autodeclaradas pretas (52%).

Já a menor adesão está entre as mulheres (36%), moradores do Nordeste (34%), pessoas acima de 60 anos (30%) e com baixa escolaridade (41%).

Torcida

A pesquisa mostra que 78% dos brasileiros torcem para algum time. Mesmo entre os que não acompanham o esporte com regularidade, há identificação com clubes. Entre os torcedores, 87% são homens e 69% mulheres. Jovens de 16 a 24 anos representam 83% dos torcedores, enquanto entre os maiores de 60 anos o índice é de 72%.

A maior concentração de torcedores está no Sudeste (82%) e entre pessoas com renda entre dois e cinco salários mínimos (82%).

No recorte por clubes, o Flamengo lidera com 26% da preferência, seguido por Corinthians (19%), São Paulo (9%), Palmeiras (7%) e Vasco (5%). Outros clubes como Internacional, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Santos, Botafogo, Bahia e Fluminense aparecem com percentuais entre 2% e 4%. Os demais times somam 11%.

Informação

Além dos jogos, 41% dos brasileiros acompanham programas de debate sobre futebol, como mesas redondas na TV, rádio ou streaming. Desses, 24% assistem a esse tipo de conteúdo ao menos uma vez por semana.

A TV fechada é acessada por 38% dos entrevistados mensalmente, enquanto o rádio, apesar de sua tradição, é o menos utilizado, com apenas 10% de audiência mensal.

Estádios

A presença física nos estádios é menor em comparação ao consumo pela mídia. Apenas 19% dos brasileiros afirmam frequentar arquibancadas para assistir a jogos. Outros 22% já foram a estádios, mas deixaram de ir. A maioria (59%) nunca foi.

Entre os que nunca frequentaram estádios, destacam-se jovens de 16 a 24 anos (63%), mulheres (72%), pessoas com renda de até um salário mínimo (69%) e moradores do Nordeste (63%). Entre os idosos, 32% afirmam que já foram, mas não vão mais.

As principais razões para não frequentar as arquibancadas são a falta de interesse (41%), questões de segurança (23%) e o preço dos ingressos (12%).

“Estamos buscando aperfeiçoar as experiências, conquistar o torcedor para que vá a campo acompanhar o espetáculo, se entreter, vivenciar a experiência social que é uma partida de futebol, que desperta paixões, emoções, une e agrega pessoas. Essa é a essência do esporte, que está na alma do brasileiro”, diz Xaud.