A UEFA chegou a uma decisão inédita para comercializar os direitos comerciais e de mídia da Champions League. Segundo o The New York Times (NYT), a partir do ciclo que compreende o período de 2024 a 2027, duas agências ficarão responsáveis por comercializar as propriedades que estão avaliadas em US$ 5 bilhões por temporada.
Segundo a reportagem, a entidade europeia revelará quem foram as vencedoras na próxima semana, mas as escolhidas foram a Team, que desde 2002 vende os direitos da competição, e a americana Relevent Sports Group, que tem entre os sócios o proprietário do Miami Dolphins, da NFL, Stephen Ross.
A decisão é inédita. Pela primeira vez, uma região é repassada com exclusividade para uma agência que não a Team, que foi criada em 2002 justamente para negociar os direitos da Champions League e, desde então, vinha sendo a única escolhida pela entidade.
Após três rodadas de licitação, os vencedores passarão a ter a responsabilidade de conseguir gerar uma receita de quase US$ 30 bilhões para a UEFA, na concorrência mais valiosa da história do futebol.
A grande surpresa do processo foi a escolha da Relevent para negociar os direitos exclusivamente para o mercado americano. A agência ficou famosa no mercado do futebol europeu por ter criado a antiga International Champions Cup, torneio amistoso de pré-temporada que reuniu os principais times do Velho Continente nos EUA e abriu o mercado americano a eles.
A entrada da Relevent também mostra como a discussão a respeito da criação da Superliga de Clubes ainda reverbera no mercado europeu e deu mais força aos clubes. Pela primeira vez, a escolha das agências parceiras da UEFA contou com a participação ativa dos clubes.
Nasser al-Khelaifi, presidente do PSG e da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), e o executivo-chefe da ECA, Charlie Marshall, participaram da apresentação final das agências concorrentes junto a executivos da UEFA liderados pelo presidente Aleksander Ceferin e tiveram peso na escolha de quem sairia com os direitos.
A Relevent, ainda de acordo com o jornal americano, ofereceu uma garantia mínima de US$ 250 milhões anuais pelos direitos da Champions em território americano. O valor é cerca de US$ 100 milhões a mais do que a UEFA fatura anualmente, o que fez com que a agência fosse escolhida para operar com exclusividade no mercado dos Estados Unidos.
A prática, que é bastante comum na venda de direitos de competições como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, foi adotada pela primeira vez pela UEFA.
Além da Team, participaram da fase final da concorrência da UEFA pelos direitos globais da Champions as agências Octagon, IMG e Infront Sports & Media. Segundo o The New York Times, um anúncio oficial dos novos acordos será feito na próxima semana, após reunião do conselho da UEFA.