A UEFA e a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol) realizaram um encontro para discutir formas de aumentar a cooperação entre as entidades, além de investigar e identificar maneiras mais sofisticadas de manipulação de resultados.
A sede da Europol recebeu 109 policiais, autoridades judiciais e representantes de federações nacionais de futebol de 49 países europeus em Haia, na Holanda, para painéis de análise sobre ameaças à integridade do futebol e combate ao crime organizado. Entre as discussões estiveram a colaboração operacional entre as polícias e as entidades esportivas, e a detecção precoce de apostas suspeitas.
“O crime organizado rapidamente entendeu que muitos clubes de futebol estavam sofrendo financeiramente por causa da pandemia de Covid-19. E onde há menos dinheiro, jogadores, treinadores, dirigentes e até mesmo executivos de clubes estão mais vulneráveis a serem corrompidos por manipuladores”, afirmou Burkhard Mühl, chefe do Centro Europeu de Crimes Econômicos e Financeiros da Europol (EFECC).
“Com os enormes lucros associados a ‘tornar previsível o imprevisível‘, estamos vendo cada vez mais casos de manipulação de resultados e resultados suspeitos. A cooperação entre as autoridades policiais e as organizações esportivas é vital não só para detectar e investigar suspeitas de corrupção no futebol, mas também para impedir tais atividades fraudulentas antes mesmo que aconteçam”, acrescentou.
Segundo a agência de monitoramento de apostas Sportradar, houve um número recorde de partidas suspeitas detectadas em 2021. De acordo com esse levantamento, no ano passado, houve apostas suspeitas em 903 partidas, de dez esportes, em 76 países.
Para a autoridade policial, a batalha contra a manipulação de resultados tem falhado na capacidade de perseguir criminosos além das fronteiras nacionais. A necessidade de mais cooperação e troca de informações entre as diferentes jurisdições foi salientada por Vincent Ven, diretor da UEFA para a área de combate à manipulação de resultados.
“Hoje, mais do que nunca, o futebol europeu e a polícia precisam permanecer unidos e oferecer seu apoio mútuo na busca por proteger nosso esporte popular desse flagelo, cooperando em atividades conjuntas, implementando projetos comuns e trocando informações para combater a manipulação de resultados”, comentou o dirigente.