A UEFA já teria selecionado as quatro finalistas na concorrência para escolher a agência que representará a entidade na venda de direitos de transmissão e patrocínios de seus torneios masculinos de clubes. A empresa vencedora negociará alguns dos contratos mais valiosos do esporte mundial.
Team Marketing , Relevent Sports Group , Infront Sports e IMG receberam mensagem para enviar suas propostas finais até este fim de semana. Um vencedor deve ser anunciado na semana que vem.
A vencedora da licitação negociará os direitos da Champions League e da Europa League. Segundo fontes que participam das negociações, esses direitos de transmissão devem atingir cerca de US$ 4,1 bilhões (R$ 22,7 bilhões) por ano no atual ciclo, que vai de 2021 a 2024. Para o período de 2024 a 2030, esse montante deve chegar a mais de US$ 30 bilhões (R$ 166 bilhões).
Procurados pelo site Sportico, representantes da Relevent e da IMG se recusaram a comentar a negociação. UEFA, Infront e Team não responderam aos pedidos de entrevista.
A UEFA anunciou em outubro que estava iniciando a concorrência para que uma agência fosse representante de seus direitos comerciais a partir de 2024. Ao contrário de ligas americanas como NFL e NBA, que vendem diretamente seus direitos de transmissão e patrocínio, a UEFA contrata uma agência, que negocia com veículos de mídia e patrocinadores. Os quatro finalistas concorrem pelo ciclo de 2024 a 2027, com opção de renovação até 2030.
A Team detém os direitos exclusivos de competições da UEFA há mais de 25 anos. A Relevant, apoiada pelo dono do Miami Dolphins, Stephen Ross, a IMG, da Endeavor, e a Infront, do Wanda Group, também possuem muita experiência em direitos de transmissão do futebol.
Os direitos comerciais dos torneios europeus cresceram significativamente na década passada. No triênio de 2015 a 2018, o faturamento chegou a US$ 2,7 bilhões (R$ 14,9 bilhões). Já entre 2018 e 2021, esse valor subiu 37%, atingindo US$ 3,7 bilhões (R$ 20,5 bilhões).
Atualmente, a mídia responde por 85% desse montante, e os patrocínios representam a maior parte dos 15% restantes.
O acordo potencialmente recorde está sendo gerido pela UEFA Club Competitions SA (UCCSA), joint-venture formada por UEFA e Associação Europeia de Clubes (ECA).
Há forte pressão dos clubes por pagamentos mais altos. Em julho, um grupo de clubes liderado por Florentino Perez, presidente do Real Madrid, anunciou a criação da Superliga, com objetivo de arrecadar mais para os principais times europeus. A iniciativa acabou abortada após pressão de UEFA e federações.
Em outubro, Nasser Al-Khelaifi, presidente da ECA, disse que a organização precisava de um “novo modelo” para alcançar maior estabilidade financeira para os clubes após a pandemia da Covid-19.
Al-Khelaifi substituiu Andrea Agnelli, presidente da Juventus, que deixou a ECA depois que seu clube se juntou à iniciativa de curta duração da Superliga. Ele também é presidente do PSG e e do grupo de mídia beIN.
A temporada 2024/2025 será um teste importante para a UEFA aplacar a ira dos clubes. A Liga dos Campeões terá o formato reformulado, com a participação de 36 clubes, no qual cada time jogará ao menos dez partidas na fase de grupo, no lugar das seis atuais.
Nesta temporada, para dar maior participação para os clubes, a UEFA criou a Conference League, torneio europeu de terceiro nível, abaixo de Champions League e Europa League. O curioso é que esse modelo de três torneios já foi seguido na Europa anteriormente, quando havia a Champions League, a Recopa e a Copa da UEFA.