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Rússia e Belarus poderão competir com as próprias bandeiras nas Paralimpíadas de Inverno

Decisão do Comitê Paralímpico Internacional suspende sanções e restabelece direitos de filiação aos dois países

Assembleia Geral do IPC, que aconteceu em Seul, na Coreia do Sul - Divulgação

Assembleia Geral do IPC foi realizada em Seul, na Coreia do Sul - Divulgação

Atletas da Rússia e de Belarus poderão voltar a competir sob suas bandeiras em eventos paralímpicos. A decisão foi tomada após votação da Assembleia Geral do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), realizada em Seul, na Coreia do Sul, que suspendeu as sanções impostas aos dois países desde 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Belarus é considerado um aliado próximo do governo russo.

Na mesma assembleia, o brasileiro Andrew Parsons foi reeleito presidente do IPC para um terceiro mandato, recebendo 109 dos 177 votos válidos. Ele derrotou o sul-coreano Dong Hyun Bae, escolhido por 68 dirigentes.

A medida em relação aos dois países restabelece os direitos e privilégios de filiação ao IPC para os dois comitês paralímpicos nacionais. No entanto, para que os atletas possam representar oficialmente seus países, será necessário que as federações internacionais de cada modalidade retirem suas próprias restrições.

Implicações

A decisão do IPC abre caminho para que atletas russos e bielorrussos participem das Paralimpíadas de Inverno de 2026, em Milão e Cortina d’Ampezzo, na Itália, com representação nacional. Atualmente, os seis esportes programados para o evento ainda mantêm proibições que impedem essa representação.

Durante os Jogos Paralímpicos de Paris, em 2024, os atletas dos dois países competiram como neutros, após o IPC optar por uma suspensão parcial em vez de uma proibição total.

Reações

A decisão gerou críticas de autoridades ucranianas e britânicas. O ministro dos esportes da Ucrânia, Matviy Bidnyi, afirmou que os membros do IPC que votaram pela revogação da proibição “traíram sua consciência e os valores olímpicos”.

O político pediu que os países europeus não permitam a exibição da bandeira russa nos Jogos Paralímpicos de Inverno 2026 e disse que a participação da Ucrânia será decidida coletivamente em um momento posterior.

O governo do Reino Unido também criticou a decisão tomada na assembleia do IPC.

“Nossa posição inequívoca continua sendo a de que não deve haver representação estatal de Rússia e Belarus no esporte internacional enquanto a guerra contra a Ucrânia continuar”, declarou um porta-voz.

O comitê paralímpico britânico afirmou que apoiava a moção para manter a suspensão da Rússia, mas reconheceu a decisão dos membros do IPC e reiterou solidariedade ao povo ucraniano.

Votação

Na cúpula de Seul, os membros do IPC votaram 111 a 55 contra a suspensão total da Rússia, com 11 abstenções. Em seguida, rejeitaram a suspensão parcial por 91 a 77, com oito abstenções. Em relação a Belarus, foram 119 votos contra a suspensão total e 103 contra a suspensão parcial.

O Comitê Paralímpico Russo classificou a decisão como “justa” e afirmou que ela representa uma contribuição para o desenvolvimento do movimento paralímpico internacional.

“Os direitos dos atletas devem ser protegidos sem discriminação por motivos nacionais e políticos”, declarou o comitê, em um comunicado oficial.