O futebol feminino está em amplo crescimento no Brasil. A realização da Copa do Mundo da modalidade em 2027 no país é apenas fruto de um trabalho que vem sendo feito há muitos anos e que tende a continuar. Com o ecossistema do futebol feminino sendo construído, a indústria, progressivamente, reconhece esse crescimento.
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As marcas patrocinadoras vêm mudando sua perspectiva acerca do futebol feminino. E, pensando nisso e na possibilidade de fomentar ainda mais a modalidade, na próxima segunda-feira (17), a Máquina do Esporte e as Dibradoras realizarão o “Fórum Futebol Feminino – 2027: O jogo é em casa”. O objetivo é mostrar o tamanho deste mercado, bem como as oportunidades que se abrem cada vez mais para as marcas dentro dele.
O primeiro debate do dia, batizado de “Um mar de oportunidades”, contará com a presença de Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF). Ela também foi a convidada do Maquinistas dessa semana, e ofereceu uma perspectiva de como as marcas estão mudando seu olhar para o futebol feminino.
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Maturidade das marcas
Kin falou sobre algumas das suas experiências com futebol feminino e deixou claro que observa uma evolução na maturidade das marcas patrocinadoras. A executiva destacou que, antigamente, os patrocinadores eram compostos por marcas pouco preocupadas com a construção de um posicionamento dentro do território do futebol feminino, ou até mesmo marcas que não dialogam com o consumo de mulheres.
E isso mudou.
Se antes faltava um padrão nas marcas que patrocinavam o futebol femininino, agora, Kin enxerga uma tendência de padronização e construção de imagem dentro da modalidade por parte das marcas.
“O que consigo ver de um movimento muito recente é que você passa a entender um pouco melhor o público que acompanha o futebol feminino, com marcas que estão se posicionando no território do consumo das mulheres”, ressaltou Kin Saito.
Um território com muitas possibilidades
Investir no futebol feminino representa, para a diretora-executiva de futebol feminino da FPF, um movimento que possibilita uma grande oportunidade de posicionamento de marcas em diversas frentes.
“As marcas estão entendendo as bandeiras que o futebol feminino abre. Se você quiser se posicionar dentro da competitividade, do alto rendimento [no futebol feminino], você vai poder. Dentro do ESG [governança ambiental, social e corporativa], querendo falar de questões sociais, você vai poder também”, enfatizou.
Kin citou o caso da Aramis, patrocinadora do Paulistão 2025, marca de vestuário exclusiva para homens. Mesmo tendo apenas produtos masculinos, a marca escolheu patrocinar exclusivamente a competição feminina, justamente por entender que o homem que assiste ao futebol feminino tem o perfil consumidor da marca.
Impacto > Visibilidade
Outro fator atrativo para as marcas patrocinadoras do futebol feminino é o custo menor, se comparado ao futebol masculino. Mas se o investimento é menor, o retorno pode seguir o caminho contrário. Mais do que a simples visibilidade, Kin Saito acredita que as marcas patrocinadoras buscam também impactar a modalidade de forma positiva.
Além das métricas de visualizações e alcance, a executiva citou que diversas marcas buscam medidas de impacto na modalidade, fazendo o patrocínio ter participação direta na formação de jogadoras e até de treinadoras.
“Em geral, a chance de acertar em uma medida de impacto mais duradouro tem feito olhos brilharem no mercado”, salientou.
O episódio do Maquinistas, podcast apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF), está disponível no Spotify e no canal da Máquina do Esporte no YouTube:
