Valor global dos direitos de mídia bate recorde e ultrapassa US$ 62,6 bilhões

2024.08.11 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Cerimonia de Encerramento - Fogos explodem na Cerimonia de Encerramento dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Foto: Alexandre Loureiro/COB.

Show de fogos de artifício na Cerimônia de Encerramento de Paris 2024 - Alexandre Loureiro / COB

O valor global dos direitos de transmissão esportivos ultrapassou, pela primeira vez na história, a barreira dos US$ 62 bilhões, mais precisamente US$ 62,61 bilhões, de acordo com o novo SportBusiness Global Media Report, feito pelo veículo especializado britânico SportBusiness. Segundo o estudo, o montante foi impulsionado em 2024 pelos Jogos Olímpicos, disputados em Paris, na França, e pela Uefa Euro, realizada na Alemanha.

O número é 12% maior em relação ao ano passado, que chegou a US$ 55,81 bilhões. Vale lembrar que 2023 não contou com uma edição olímpica nem com uma edição da Euro, o segundo maior torneio de seleções do mundo (atrás apenas da Copa do Mundo da Fifa). Entre os grandes eventos globais, houve apenas a disputa da Copa do Mundo Feminina, realizada na Austrália e na Nova Zelândia.

Voltando a 2024, o estudo revelou mais uma vez o predomínio do futebol e do futebol americano, que representam, juntos, 54,5% do total. O valor do futebol aumentou quase 12% em relação a 2023, reforçando sua posição de esporte mais valioso do mundo, sendo detentor de mais de um terço das receitas globais de direitos de mídia.

Outro destaque do SportBusiness Global Media Report foi o crescimento de alguns esportes, que tiveram seus valores alavancados. É o caso do críquete (aumento de mais de 15% em relação a 2023) e dos esportes universitários americanos (mais de 12%).

Entre as maiores ligas do planeta, o estudo ressaltou a NBA. A liga de basquete dos EUA, principal da modalidade em todo o mundo, assinou um novo acordo de direitos globais com a Disney e também com NBC e Amazon para a temporada 2025/2026, no valor de US$ 76 bilhões por 11 anos.

Em compensação, a Ligue 1 francesa fechou acordos tardios para os seus direitos de transmissão nacionais de 2024/2025 em diante, com um valor anual muito reduzido em relação ao ciclo anterior, simplesmente porque ninguém se interessou em pagar o que a Liga de Futebol Profissional (LFP), organizadora do torneio, gostaria. As saídas das principais estrelas do campeonato em um curto período, casos de Neymar, Lionel Messi e Kylian Mbappé, ajudaram a derrubar os valores.

Ainda no futebol europeu, outro grande torneio, a Serie A italiana, também tem enfrentado dificuldades com as vendas internacionais de direitos.

Análise

Os números fizeram com que o SportBusiness chegasse à conclusão de que a mídia esportiva “permanece em constante mudança”, à medida que continua a navegar pelas modificações de consumo que seguem acompanhando a ascensão do universo digital em detrimento do analógico.

“Os grupos de comunicação social de todo o mundo compreendem mais do que nunca o poder único do desporto ao vivo para atrair audiências e gerar receitas, mesmo que estas verticais possam evoluir a partir dos modelos utilizados nas décadas anteriores”, afirmou Imran Yusuf, editor do SportBusiness.

“Como sempre, há muita coisa acontecendo. O próximo ano verá a Netflix dar um passo maior na transmissão esportiva ao vivo, com uma série de acordos importantes de direitos de mídia no horizonte. Isso inclui o UFC buscando um novo acordo com os EUA para 2026 em diante, e a NRL [National Rugby League] da Austrália também assumindo seus direitos de mercado. Também resta saber se a Fifa conseguirá fechar acordos de transmissão fortes para o Super Mundial de Clubes”, completou o executivo.

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