A Liga Forte União (LFU) busca uma agência para negociar a venda dos direitos de transmissão da Série B do Campeonato Brasileiro a partir de 2025. A Máquina do Esporte apurou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que centralizou essas ações até a edição de 2024 do torneio, abrirá mão desse papel no ano que vem.
Diante da formação de dois blocos de clubes, a confederação decidiu deixar essa função para os novos acordos nas mãos da LFU e da Liga do Futebol Brasileiro (Libra).
Parceira da LFU na negociação de direitos de TV da Série A, a LiveMode não necessariamente será a agência escolhida para vender esses ativos da Segundona. É provável que outra empresa assuma esse papel.
Dominância
Independentemente dos resultados das Séries A, B e C, ainda em andamento, o Forte União já tem uma certeza: será o bloco de clubes dominante na Segundona em 2025.
Se na Série A do Brasileirão há uma boa divisão de forças entre LFU e Libra, com essa última contando com menos clubes, mas com equipes de grande apelo de torcida, como Flamengo, Palmeiras e São Paulo, na Segundona a situação é diversa.
Na Série B, o duelo é desequilibrado. Se fizermos uma simulação com a classificação atual da segunda divisão, a LFU teria garantidos 13 times na próxima edição do torneio. Hoje, as equipes do bloco que permaneceriam na competição em 2025 seriam América-MG, Avaí, Botafogo-SP, Ceará, Coritiba, Goiás, Ituano, Operário-PR, Ponte Preta e Vila Nova.
No Z4 da Série A, Atlético-GO, Corinthians e Cuiabá, reforçariam os times da LFU na Segundona 2025. Caso o Timão caia, seria um grande revés para o Forte União negociar seus acordos na Série A, já que é seu principal trunfo no mercado de mídia.
Por outro lado, para os times do bloco que disputarem a Série B, haveria uma valorização dos jogos por meio da Lei do Mandante, mesmo que o Corinthians tenha direito a um acordo individualizado com a direção da LFU.
Independentes
Há ainda um bloco de clubes que subiria da Série C. Hoje, esse grupo é integrado por Athletic-MG, Ferroviária, Remo e Volta Redonda, que estão na zona de acesso em seus quadrangulares finais da terceira divisão.
Nenhum desses clubes aderiu à LFU ou à Libra. A Máquina do Esporte apurou, porém, que já há articulação do Forte União para atrair essas equipes ao bloco.
Botafogo-PB, Londrina, São Bernardo e Ypiranga-RS são os outros times que ainda têm chance de subir na Série C. Faltam três jogos para definir o acesso. Entre essas equipes que hoje estão fora da zona de classificação, apenas o Londrina participa da LFU.
A Libra, por sua vez, teria uma representatividade baixa na Série B e precisaria atrair novos integrantes para ter um número mínimo de jogos para negociar no mercado. Apenas Amazonas e Paysandu, hoje na Segundona, estão no grupo, que poderia ter o reforço do Vitória, atualmente no Z4 da Série A.
Pagamentos
Além da dominância na segunda divisão, os dirigentes da LFU que ficarem na Série B fazem as contas com a perspectiva de garantirem uma maior remuneração. Pelo estatuto da LFU, esses times teriam direito a 15% da verba obtida pela LiveMode com os acordos de TV da Série A.
A LiveMode espera arrecadar entre R$ 1,7 bilhão e R$ 1,8 bilhão com esses contratos. Hoje, com compromissos de três anos assinados com Record e YouTube e a perspectiva de fechar com a Amazon, a agência teria em mãos acordos no valor de R$ 900 milhões por ano.
Caso atinja seu objetivo mínimo, sobraria uma verba de R$ 255 milhões para os times da Série B da LFU. Supondo que o grupo mantenha sua representatividade atual de 17 clubes, isso significaria R$ 15 milhões para cada um.
O montante daria um aumento de mais de 21% em relação ao que a CBF paga a todos os clubes da Série B em 2024. E essas equipes ainda terão o contrato de direitos de mídia da Série B de 2025 para negociar no mercado.
Colocando os pés no chão, ainda assim a perspectiva é boa para quem não subir ou não cair da Segundona neste ano. Ainda restam dois pacotes de dois jogos da Série A em negociação no mercado.
Caso não consigam nada mais do que o total já obtido, os times da Série B da LFU ganhariam R$ 135 milhões. Isso representaria R$ 7,9 milhões para cada equipe, caso o Forte União mantenha a média de 17 times na segunda divisão em 2025.