A Liga Francesa de Futebol (LFP) e a plataforma de streaming britânica DAZN anunciaram, na última sexta-feira (2), que rescindiram o contrato de direitos de transmissão da Ligue 1, o qual vigoraria até 2029.
A decisão veio após meses de litígio na Justiça entre as duas partes e só saiu após uma mediação feita pelo Tribunal de Atividades Econômicas de Paris. Em um comunicado, LFP e DAZN anunciaram apenas que houve um acordo alcançado “no âmbito do processo de mediação”.
A briga entre as duas partes começou durante a temporada 2024/2025 do Campeonato Francês. O DAZN alegava que precisaria rever o contrato de € 400 milhões por temporada assinado no último ano com a LFP, já que não vinha obtendo sucesso com a venda de assinaturas. Para isso, pedia indenização de € 573 milhões.
A liga francesa, por sua vez, exigia o pagamento integral do contrato, enquanto tentava, na Justiça, manter o acordo válido. No último dia 15 de abril, as duas partes se aproximaram de um acerto, decidindo levar ao Tribunal de Atividades Econômicas a resolução da disputa.
Segundo o jornal francês L’Équipe, o DAZN pagará € 140 milhões de indenização aos clubes da Ligue 1. Metade será depositada nesta semana, e o restante será pago até o dia 30 de junho, quando oficialmente se encerrará a temporada europeia.
Na última semana, executivos do DAZN disseram que havia interesse de a plataforma se associar à LFP e organizar o serviço de streaming próprio da liga francesa. No comunicado, nenhuma das partes confirmou que esse negócio seria desenvolvido.
Direitos encalhados
A venda de direitos de mídia do Campeonato Francês têm sido uma dor de cabeça para a LFP nesta temporada, coincidentemente depois do atacante Kylian Mbappé deixar o Paris Saint-Germain. A liga demorou a conseguir o contrato com DAZN e BeinSports, e, agora, vê ruir o principal acordo que tinha.
Em setembro de 2024, uma pesquisa apontava que o preço cobrado pelo DAZN com o pacote de jogos da Liga Francesa incentivava a pirataria, com 65% dos fãs da competição dizendo que aceitariam recorrer a um streaming ilegal em vez de pagar os valores ofertados pelo streaming. A plataforma cobrava € 29,99 mensais pela assinatura que disponibilizava todos os jogos da primeira divisão francesa e € 14,99 por uma versão que liberava uma partida a cada dia de disputa.