NBA pode aumentar receita das franquias em US$ 143,4 milhões com novo ciclo de direitos de transmissão

Stephen Curry em ação pelo Golden State Warriors na NBA - Reprodução / X (@warriors)

O atual ciclo de direitos de transmissão da NBA terminará no final da temporada 2024/2025. Com isso, a liga assinará um novo acordo, ainda mais valioso e que pode aumentar a receita direcionada para suas 30 franquias em US$ 143,4 milhões (R$ 765 milhões, pela cotação atual), e, consequentemente, impulsionar o salário de seus jogadores.

Os valores envolvidos nos direitos de exibição da liga norte-americana de basquete crescem a cada ciclo. Entre as temporadas 2007/2008 e 2015/2016, por exemplo, os contratos de transmissão rendiam à NBA US$ 930 milhões por ano, gerando aproximadamente US$ 7,44 bilhões durante o período.

Para a temporada 2016/2017, ESPN, do Grupo Disney, e Turner Sports, da Warner Bros. Discovery (WBD), fecharam um acordo de 9 anos para transmitir a NBA nos Estados Unidos, com valor somado de US$ 24 bilhões, equivalente a cerca de US$ 2,6 bilhões por temporada. 

Novo ciclo de contratos

Segundo o The Wall Street Journal, a NBA está próxima de fechar com NBC, ESPN e Amazon para o próximo ciclo de direitos de transmissão domésticos da liga, pelo valor de U$ 76 bilhões, com uma duração de 11 anos. A quantia representaria um faturamento anual de aproximadamente US$ 6,9 bilhões, um aumento de 165% em relação ao contrato anterior.

Dentro do novo acordo, a NBC deverá pagar US$ 2,5 bilhões por ano (US$ 27,5 bilhões, no total) para transmitir 11 jogos por temporada nos Estados Unidos. A Amazon, por sua vez, pagará US$ 1,8 bilhão (US$ 19,8 bilhões, no total) para exibir determinadas partidas da temporada regular e dos playoffs, além das finais da liga. 

Por fim, a ESPN deve pagar US$ 2,6 bilhões por ano (US$ 28,6 bilhões, no total) em um acordo de renovação que oferece menos jogos por temporada, mas mantém as finais da NBA no canal. A empresa do Grupo Disney paga US$ 1,5 bilhão por ano no seu atual acordo de direitos de transmissão com a NBA, válido até o fim da temporada 2024/2025.

Modelo de distribuição

Todos os contratos de mídia fechados pela NBA, de abrangência nacional (Estados Unidos) e internacional, são divididos igualmente entre as 30 franquias que disputam a liga. Atualmente, cada equipe recebe aproximadamente US$ 86,6 milhões por temporada, quantia relativa aos acordos com ESPN e WBD, que deve deixar de transmitir a competição.

Caso as informações divulgadas pelo The Wall Street Journal se confirmem, esse valor pode saltar para US$ 230 milhões anuais para cada franquia com o novo ciclo de contratos. O aumento tem o potencial de causar grandes impactos na organização das equipes.

Impacto nos jogadores

Uma das principais implicações do aumento na arrecadação da NBA com os direitos de transmissão seria o crescimento do teto salarial da liga, o chamado “salary cap”, que define o valor que as franquias podem dedicar para pagar os salários dos seus elencos na temporada.

O limite é definido a partir do faturamento da NBA com suas diferentes propriedades, que incluem os acordos pelos direitos de transmissão. Portanto, é diretamente influenciado pelos valores envolvidos nos ciclos de acordos.

O aumento do teto salarial pode permitir que os atletas passem a receber salários mais altos, já que as franquias são obrigadas a gastar 90% do “salary cap” por temporada. Atualmente, de acordo com o site especializado Spotrac, o jogador mais bem pago da NBA é Stephen Curry, do Golden State Warriors, que recebe US$ 51,1 milhões por temporada. 

Outro impacto seria a maior possibilidade de juntar atletas mais prestigiados no mesmo time. Os melhores jogadores recebem os maiores salários da liga, o que muitas vezes impede que joguem juntos em uma mesma franquia. Com o teto mais alto, as chances das equipes conseguirem ter mais atletas de melhor desempenho ficam maiores.

Essas e outras mudanças deverão começar a acontecer a partir da temporada 2025/2026, quando o próximo ciclo de direitos de transmissão da NBA entrará em vigor. Mas vale observar que, ainda assim, os impactos não acontecerão de forma abrupta, já que a Associação Nacional de Jogadores de Basquete tem um acordo com a liga que limita o aumento do teto salarial em 10% por ano.

Sair da versão mobile