A Netflix é uma das quatro concorrentes pelos direitos de transmissão da Fórmula 1 no mercado americano para 2023. A plataforma de streaming teria como concorrentes a atual detentora, a Disney (que transmite as corridas na ESPN ou na ABC), e ainda NBC e Amazon. As informações são do site americano Business Insider.
De acordo com a publicação, a incursão, que seria a primeira da Netflix na transmissão de esportes ao vivo, é vista como ideal pela plataforma porque demandaria um “investimento barato” para a empresa em comparação com ligas importantes dos EUA, como NFL e NBA. Além disso, a principal categoria do automobilismo mundial forneceria as bases para o lançamento de uma assinatura com suporte de publicidade da Netflix, atualmente previsto para ser revelado no final deste ano.
Vale lembrar que a série documental “Drive to Survive” sobre os bastidores da Fórmula 1, que foi criada pela Netflix em 2019, é uma das responsáveis pelo aumento do interesse do público americano na categoria nos últimos anos. A série está na quarta temporada e tem a quinta e a sexta já garantidas. Para se ter uma ideia, no último dia 8 de maio, a estreia do GP de Miami foi responsável pela maior audiência ao vivo da F1 na história da TV americana, com 2,6 milhões de telespectadores em média e pico de 2,9 milhões de pessoas simultaneamente sintonizados na ABC.
A questão é que o aumento na audiência pode ter a contrapartida de elevar o preço da F1 na TV americana. De acordo com o Business Insider, a oferta inicial da Disney para continuar com os direitos foi de cerca de US$ 70 milhões, abaixo dos US$ 100 milhões que a Fórmula 1 aparentemente espera.
Para se ter uma noção do tamanho da diferença de valores em curto prazo, na temporada de 2018, quando a Disney tirou os direitos das mãos da NBC, concordou em pagar apenas uma taxa anual nominal pelos direitos da categoria. No ano seguinte, estendeu o contrato por “apenas” US$ 5 milhões por ano.
Ainda segundo ao publicação, o que pode pesar contra a Netflix na briga é o fato de nunca ter feito uma transmissão esportiva ao vivo. No entanto, a plataforma estaria disposta a passar por cima de todas as questões para adentrar nesse universo, que é visto como uma forma de recuperar os cerca de 200 mil assinantes perdidos só no início deste ano, fato que derrubou o valor de mercado da empresa em US$ 50 bilhões.
A princípio, NBC e Amazon correm por fora, e a principal rival da Netflix será mesmo a Disney, detentora dos direitos nos últimos cinco anos.
“Sentimos que temos um pacote de distribuição e apresentação de eventos que não pode ser igualado na indústria, e o crescimento de audiência e exposição que eles [F1] receberam desde o retorno às plataformas da ESPN em 2018 reflete o que podemos fazer por eles. Tem sido uma relação mutuamente benéfica. Compreensivelmente, eles estão olhando para outras opções, mas tivemos reuniões muito boas com eles em Miami recentemente e estamos em constante comunicação”, disse John Suchenski, diretor de programação e aquisições da ESPN.