O Sertões apresentou, nesta terça-feira (26) à noite, em São Paulo, o roteiro e as novidades da edição 2022, que celebrará os 30 anos do rali mais tradicional do país. O evento foi realizado no Museu do Ipiranga, que está fechado para reforma desde 2013 e será reaberto no próximo dia 7 de setembro, data em que o Brasil comemorará o Bicentenário da Independência, e contou com diversas autoridades políticas e também do universo do esporte a motor.
O local foi escolhido por toda a história envolvida. Com motes como “Gigante por Natureza” e “Ser Tão Brasil”, a edição 2022 do Sertões mistura a própria história de 30 anos com os 200 anos do país. Com tamanha grandeza enredada, a prova, que já era a maior do país e também de todo o continente americano, se tornará o maior rali do mundo neste ano, atravessando todo o território nacional, do Sul até o Norte, passando pelas cinco regiões.
A largada será dada no dia 27 de agosto, em Foz do Iguaçu (PR). As outras cidades-anfitriãs escolhidas foram Umuarama (PR), Presidente Prudente (SP), Campo Grande (MS), Costa Rica (MS), Barra do Garças (MT), São Félix do Araguaia (MT), Palmas (TO), Mateiros (TO), Bom Jesus (PI), Balsas (MA), Imperatriz (MA) e Paragominas (PA). A chegada será em 10 de setembro, no encontro com o litoral brasileiro, em Salinópolis (PA).
Ao todo, serão 14 dias de prova mais um de descanso, com 7.216km percorridos no total. As especiais, trechos em que os veículos realmente aceleram, totalizarão 4.811km, distância que fará da prova a maior do mundo. Para se ter uma ideia, o icônico Rali Dakar teve pouco mais de 4.200 km na última edição.
“O Sertões sempre teve o intuito de promover e valorizar o Brasil, o interior do Brasil, para o próprio brasileiro, é o único projeto que sintetiza o que é o país, mostra a beleza da natureza que temos por aqui. Em 2022, será o rali mais desafiador da história, a maior aventura do Brasil, com um roteiro inédito que passa pelas cinco regiões do país”, destacou Joaquim Monteiro, CEO da Dunas, empresa responsável pela organização da prova.
Neste ano, o Sertões ainda abrangerá outras duas modalidades, que já estrearam no ano passado e que, dessa vez, ganharão mais força e robustez. Para promover também o litoral nacional, será disputado o Sertões Kitesurf, com naming rights da XP, de 1 a 6 de novembro, em percurso a ser definido pelas praias do Nordeste. E, além dele, o Sertões MTB, prova de ciclismo mountain bike, que terá os naming rights da Mitsubishi e será realizado em Ibitipoca (MG), de 7 a 9 de julho.
“O Sertões cria momentos, cria memórias, cria histórias. Será a edição das edições, uma síntese de tudo que o Sertões fez até hoje, em especial nos últimos anos. Após dois anos de pandemia, tudo que precisávamos era dessa pulsação do sangue que a prova nos traz”, celebrou Joaquim Monteiro.
Como também já é tradição, a prova focará ainda o social e o ambiental. O projeto Saúde e Alegria Sertões (SAS), que leva ajuda médica de última geração a cidades espalhadas por todo o trajeto desde 2013, será mantido e ampliado, levando-se em consideração a distância a ser percorrida em 2022. O objetivo é atender cerca de 16 mil pessoas e beneficiar a vida de mais de 20 mil, impactando diretamente a fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) para especialidades como oftalmopediatria, odontopediatria, dermatologia e ginecologia.
Já no lado ambiental, o foco será na sustentabilidade, no legado que a prova quer deixar para garantir o futuro dela mesma e de quem faz parte dela. A promessa é de não impactar o meio ambiente, especialmente as cidades-anfitriãs, deixando-as, ao sair, iguais ao momento em que a “caravana” chegou. Haverá gestão de resíduos de todos os tipos, inclusive do óleo utilizado em todos os veículos de competição e de apoio.
Para as cidades-anfitriãs, que começam a se preparar cinco meses antes da prova, participar do Sertões significa um impacto econômico bastante positivo. Oito expedições de turismo já foram certificadas e levarão centenas de pessoas para movimentar hotéis, restaurantes, bares e o comércio em geral, com roteiros para motos e carros, do Chuí ao Oiapoque.
“30 anos de Sertões, mais de 120 cidades percorridas ao longo destes anos. Que venham mais 30 anos. Mas, para isso, precisamos continuar cuidando das cidades-anfitriãs, das pessoas e do meio ambiente. Mais do que levantar poeira, o Sertões quer movimentar a economia das cidades e deixar um legado por onde passa, com a SAS Brasil, nossa ação social, com o Sertões Cultural e com parceiros que ajudam a tornar tudo isso uma realidade”, afirmou Leonora Guedes, COO do Sertões.
Por fim, o Sertões ainda lançou um novo projeto: o Hall da Fama. A partir deste ano, algumas personalidades que fizeram e fazem a história do rali serão homenageadas como mais uma forma de preservar a história da competição e manter vivo o sonho de muitas pessoas apaixonadas por velocidade que querem cruzar o país a bordo de carros, motos, UTVs ou quadriciclos.
“O Sertões é uma prova de amor ao Brasil”, resumiu Mário Andrada, jornalista que serviu como mestre de cerimônias do evento realizado no Museu do Ipiranga.