As polêmicas nos altos escalões da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) ganharam um novo episódio nesta sexta-feira (11), quando Robert Reid, vice-presidente de esportes da entidade, renunciou ao cargo.
Reid anunciou a decisão por meio de suas redes sociais. Em nota, o dirigente apontou problemas de transparência, governança e liderança na principal entidade do automobilismo mundial.
“Assumi esta função para ajudar a proporcionar maior transparência, governança mais forte e liderança mais colaborativa. Com o tempo, esses princípios foram cada vez mais deixados de lado e não posso mais, de boa-fé, permanecer parte de um sistema que não os reflete mais”, publicou.
“Afastar-me não foi fácil, mas permanecer significaria comprometer aquilo em que acredito. Trata-se de princípios, não de política. O automobilismo merece uma liderança baseada na integridade, na responsabilidade e no respeito pelos processos. Esse é o padrão mínimo que todos devemos esperar e exigir”, completou.
Robert Reid esteve envolvido em desentendimentos com Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA. A renúncia ocorre depois de David Richards, presidente da Federação Inglesa de Automobilismo, acusar o presidente de mudanças morais.
Mohammed Ben Sulayem tem sido alvo de críticas por conta de algumas decisões. Uma delas envolve punições para pilotos que falarem palavrões em entrevistas ou durante a comunicação com as equipes via rádio.
David Richards afirmou, em uma carta aberta, que não pôde participar de uma reunião do Conselho Mundial de Automobilismo da FIA por não ter assinado um termo de confidencialidade, que o proibiria de discutir os assuntos tratados na reunião fora do encontro.
Após a renúncia de Robert Reid, a FIA publicou uma nota oficial dizendo que “possui políticas de governança corporativa excepcionalmente robustas que norteiam nossas operações e garantem o cumprimento de nossas regras, práticas e processos”.