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NBA: FBI prende Terry Rozier, do Miami Heat, e técnico do Portland Trail Blazers por fraude em apostas

Investigação não tem relação com a atual equipe do jogador, mas sim com suspeitas envolvendo a época em que ele defendia o Charlotte Hornets

Terry Rozier defende atualmente o Miami Heat - Reprodução / Instagram (@rozier)

A National Basketball Association (NBA) foi abalada, nesta semana, por mais um escândalo de fraude em apostas esportivas.

Na manhã desta quinta-feira (23), o FBI prendeu o armador Terry Rozier, que atualmente joga pelo Miami Heat, e o ex-jogador e atual técnico do Portland Trail Blazers, Chauncey Billups, em uma operação que apura manipulação em apostas. As informações foram inicialmente divulgadas pelo jornalista Shams Charania, da ESPN.

A prisão de Rozier ocorreu em um hotel na Flórida, onde o atleta estava hospedado por conta da partida do Miami Heat contra o Orlando Magic. Ele foi detido logo após o fim do jogo.

A investigação do FBI não tem relação com sua atual equipe, mas sim com suspeitas envolvendo a época em que Rozier defendia o Charlotte Hornets.

A manipulação teria ocorrido durante o confronto da equipe da Carolina do Norte contra o New Orleans Pelicans.

As investigações indicaram que um apostador profissional realizou 30 apostas, dentro de um intervalo de 46 minutos, no palpite de que Rozier ficaria abaixo de sua média de estatísticas naquele jogo.

Ao todo, esse apostador gastou US$ 13.759 na hipótese “under”, no que se refere a rebotes, assistências e pontos.

No fim das contas, Rozier ficou apenas dez minutos em quadra e pediu para ser substituído, alegando uma lesão, fato que reforçou as suspeitas das autoridades e das próprias casas de apostas, que suspenderam os palpites envolvendo o jogador.

Jim Trusty, advogado de Rozier, declarou à ESPN que seu cliente já teria colaborado com o FBI e a própria NBA, em 2023, e que a apuração inicial não teria detectado irregularidades por parte do atleta.

Outros escândalos

Nos últimos anos, os escândalos de manipulação de apostas se tornaram cada vez mais frequentes na NBA.

Um caso ocorrido meses depois desse episódio envolvendo Rozier resultou em uma das mais severas punições já aplicadas pela liga a um jogador, por conta de manipulação.

O atleta em questão é Jontay Porter, do Toronto Raptors. À época em que foi contratado pela equipe do Canadá, o jogador enfrentava sequelas de um problema no joelho, condição que o impedia de se destacar na NBA. Além disso, estava afundado em dívidas de jogo.

A solução encontrada por ele para se recuperar financeiramente foi passar a apostar secretamente em jogos da NBA.

O retorno proporcionado por essa empreitada não foi suficiente para saldar as dívidas. Ele aceitou, então, participar de um esquema liderado pelo apostador profissional Ammar Awawdeh, do Brooklyn, em Nova York.

A manipulação era similar à que teria sido praticada por Rozier, com Porter ficando abaixo de sua média de desempenho nos jogos que eram alvo do grupo criminoso e alegando lesões para deixar a quadra mais cedo.

Em 20 de março de 2024, ele chegou ao cúmulo de apostar contra seu próprio time, na partida contra o Sacramento Kings. E ainda repassou à quadrilha informações sobre seu estado de saúde. Jontay Porter acabou sendo banido pela NBA.

Outro episódio de manipulação envolvendo estatísticas individuais de um jogador, ocorrido em 2024, só veio a público em julho deste ano.

O ala-armador Malik Beasley, do Detroit Pistons, é suspeito de haver participado de um esquema parecido, com suas estatísticas ficando abaixo da média na época em que atuava pelo Milwaukee Bucks. O jogador aceitou participar do esquema por acumular dívidas de US$ 43 milhões.

Apesar dos vários casos divulgados em tempos recentes (eles ocorreram até 2024), a tendência é de que esse tipo de fraude se torne menos recorrente na NBA, já que, após a manipulação envolvendo o jogador do Toronto Raptors haver sido descoberta, a liga editou uma nova norma apelidada de “Regra Jontay Porter”.

Mediante uma parceria com as casas de apostas, a NBA conseguiu vetar os palpites em “under” envolvendo jogadores com contratos bidirecionais (também chamados de “two-way” e que permitem a um atleta atuar tanto na liga principal quanto na secundária G League) ou de dez dias.

Essa medida acaba por abranger justamente os jogadores com menor poder aquisitivo e que, em tese, seriam mais suscetíveis ao aliciamento por parte dos manipuladores.