O Rio de Janeiro inicia nesta terça-feira a contagem regressiva de 500 dias para as Olimpíadas de 2016 numa oscilação entre Atenas-2004 e Londres-2012 em relação à expectativa de qual será o legado do evento.
As duas Olimpíadas recentes na Europa foram marcadas pelo antagonismo. Enquanto Atenas sofre com dívida pública formada para construir os Jogos, a cidade de Londres celebra a revitalização de uma área da cidade e também o aumento dos eventos esportivos na cidade.
No Rio, embora o presidente do Comitê Organizador, Carlos Arthur Nuzman, afirme que as obras para o evento serão custeadas pela verba privada, uma parte das instalações depende de investimento das três diferentes esferas de governo para sair do papel. A mais complexa talvez seja a reforma do estádio Nilton Santos, o Engenhão, que custará R$ 52 milhões e ainda não tem data para conclusão.
Já a canoagem celebrou o fato de a federação internacional da modalidade ter confirmado o Rio como sede do Mundial da categoria, em 2018. A obra, em Deodoro, prevê a utilização do espaço como um parque para a população após as Olimpíadas. O espaço ainda está em construção e tem de ficar pronto até novembro.
A maior polêmica, porém, é a despoiluição da Baía de Guanabara. O local, que já abrigou o primeiro evento-teste do Rio, no ano passado, segue com cerca de 50% de poluição. Na segunda-feira, Eduardo Paes, prefeito do Rio, criticou a perda desse legado das Olimpíadas.
“A área onde se realizam as regatas é a área da cidade mais próxima da saída para o mar, então, é a menos poluída. Não vejo como um problema. Agora é uma pena que as Olimpíadas não tenham sido a razão para se resolver de uma vez por todas essa questão”, disse Paes em entrevista ao canal Sportv.
A 500 dias dos Jogos, o Rio ainda não sabe se está mais para Atenas ou para Londres. Vive, porém, entre os dois.