Adversários dentro de campo, Fortaleza e Ceará se reuniram nos bastidores para turbinar a renda obtida com patrocínio. Os dois clubes solicitaram uma reunião conjunta com a Caixa Econômica Federal, foram atendidos e conversaram na última quarta-feira, em Brasília.
No entanto, o desejo dos clubes será adiado. A Caixa manteve a posição de rejeitar qualquer novo patrocínio em 2013. Segundo o banco, as negociações sobre aportes voltarão a ser tratadas somente no próximo ano. Mesmo assim, a instituição financeira não se nega a conversar com equipes interessadas na parceria, caso da dupla cearense.
Participaram da reunião Osmar Baquit, presidente do Fortaleza, Robinson de Castro, vice-presidente do Ceará, Jorge Hereda, presidente da Caixa e Eudes Bringel, vice-presidente da Federação Cearense de Futebol. O encontro foi intermediado pelo deputado federal cearense Danilo Forte.
A Máquina do Esporte apurou alguns detalhes do que foi discutido no encontro. Os dois clubes almejam contratos idênticos, com os valores em cerca de R$ 1 milhão por ano, pela cota máster das equipes. Os times argumentam que a quantia teve como base o valor pago pela Caixa ao ASA de Arapiraca, outro clube do Nordeste.
Além disso, uma das propostas para atrair a instituição financeira é que as contas do município de Fortaleza, que hoje pertencem ao Banco do Brasil, passassem a ser administradas pela Caixa. Esse foi exatamente o desejo do banco estatal enquanto negociava com ABC e América-RN, ambos de Natal, cidade que também tem as contas supervisionadas pelo Banco do Brasil. Na ocasião, a prefeitura negou a mudança, e a coversa com os clubes não avançou.
“O presidente Osmar Baquit esteve ontem em Brasília para negociar com a Caixa, mas ainda é um começo de conversa. Um dos pontos a nosso favor é que o Fortaleza já possui as CNDs (Certidões Negativas de Débito)”, declarou Audemir de Melo, diretor de marketing do Fortaleza.
As CNDs comprovam que a equipe não possui dívidas fiscais com o governo e é uma exigência para que o clube acerte contratos de patrocínios com empresas públicas, caso da Caixa.
A Caixa não é a única empresa com quem o Fortaleza negocia a cota máster de patrocínio. O clube mantém contato com outra companhia, que não teve o nome revelado. No entanto, o desejo do clube é que, após o acerto com a Caixa, a empresa mantida em sigilo passe a estampar as costas do uniforme tricolor.
Com os aportes definidos, a Caixa investirá R$ 95,9 milhões no patrocínio a 11 clubes nacionais em 2013. Corinthians (R$ 30 milhões), Flamengo (R$ 25 milhões), Vitória (R$ 6 milhões), Atlético Paranaense (R$ 6 milhões), Coritiba (R$ 6 milhões), Atlético Goianiense (R$ 2,4 milhões), Avaí (R$ 1,75 milhão), Figueirense (R$ 1,75 milhão), Chapecoense (R$ 1 milhão), ASA (R$ 1 milhão) e Vasco (R$ 15 milhões), que está em fase final de negociação.