Em meio às negociações com Fluminense e Palmeiras para aprovar a abertura de redes de franquias, a Adidas impôs as condições necessárias para tal. A fabricante de materiais esportivos alemã incentiva que os parceiros deem continuidade ao negócio, mas não irá resignar do direito de produzir vestuário, calçados e acessórios.
“Nós temos direito tanto de fabricar produtos com a marca Adidas quanto só com a marca dos times, o que chamamos de unbranded. O ponto é que as propostas que os clubes receberam envolvem a abertura desse direito”, explica Ricardo Di Sora, gerente de marketing esportivo da empresa, em entrevista à Máquina do Esporte.
A companhia alemã não irá criar problemas em relação a artigos que ela não irá produzir e comercializar no Brasil, de acordo com o executivo, como canecas ou roupa de cama. Aqueles produtos que estiverem dentro da zona de atuação, nas três vertentes já citadas, entretanto, não devem ser liberados para empresas terceirizadas.
Essa restrição imposta pela Adidas para aprovar o negócio colide diretamente com o que as gestoras de franquias estão oferecendo aos clubes. No Palmeiras, a cúpula da equipe escolheu a Meltex para gerir essa futura rede de lojas, e a ideia é justamente que a empresa produza determinados produtos, além de gerenciar o negócio.
Uma das vantagens de empresas como Meltex e SPR Franquias – parceira de Corinthians, São Paulo e Vasco em negócios similares – sobre fabricantes de material esportivo, como a Adidas, é que essas companhias estariam aptas a produzir confecções “efêmeras” com mais agilidade. Mas Di Sora refuta essa desvantagem.
“A melhor maneira de responder é lembrar que o Fluminense foi campeão brasileiro, e dois dias depois já tinha camiseta de campeão brasileiro no mercado. É tudo questão de se planejar e executar. A Adidas está preparada, e o mercado brasileiro tem essas demandas”, avalia o gerente de marketing esportivo da empresa alemã.
A respeito das negociações com dirigentes de Palmeiras e Fluminense, Di Sora acredita que ambos os lados terão de ceder dentro das possibilidades, e, diz ele, a chance de que esse processo arranhe de algum modo a relação entre eles é ínfima. “Numa relação boa, fraterna, sempre há alternativas”, conclui o executivo.
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