O anúncio do número que seria usado pelo centroavante Adriano foi uma das principais atrações da apresentação oficial da Olympikus como fornecedora de material esportivo do Flamengo, no dia 1º de julho. Contratado com aporte da patrocinadora, o jogador motivou uma votação virtual entre torcedores para a escolha de sua camisa ? o pleito opôs a 10 e a 9, que saiu vitoriosa. No entanto, um desejo do Imperador fez com que a ação naufragasse menos de um mês depois. No último domingo, no empate por 2 a 2 com o Botafogo, Adriano vestiu a camisa 10. O número sempre foi a preferência do jogador, que já o utilizava na Inter de Milão ? ele deixou o clube italiano neste ano, alegando problemas particulares, rescindiu o contrato e passou um tempo no Brasil até acertar com o Flamengo. A mudança do número de Adriano mostra que a vontade do jogador se sobrepôs à ação da diretoria do clube. ?Foi um desejo que ele manifestou, por uma questão pessoal. Não tem nada com estratégia de marketing atrelada à mudança?, disse Ricardo Hinrichsen, diretor de marketing do Flamengo. Além disso, a alteração da camisa do Imperador estabelece uma necessidade de adaptação nos planos para o marketing rubro-negro. ?Claro que não é bom fazer uma campanha, usar nossa credibilidade e depois desfazer. Mas recebemos uma encomenda para a ação, e depois uma encomenda para mudar. Não imagino tanto impacto porque a mudança foi feita rapidamente?, concluiu Hinrichsen. No entanto, o resultado dos sufrágios virtuais não foi o único entrave para a mudança no número de Adriano. O sérvio Petkovic, outro jogador que o Flamengo recontratou neste ano, colocou uma cláusula em seu contrato que estabelecia uma obrigatoriedade de ele vestir a 10, número que marcou grande parte de sua carreira. Essa situação criou dois desafios para o curto prazo: definir um novo plano de ação de marketing para o Imperador com a camisa 10 e definir o que será feito do número de Pet. ?Só que essa é uma posição que será tomada pelo departamento de futebol, assim como aconteceu com o Adriano. Nós tentamos não nos meter na escolha, e vamos trabalhar com o que for determinado?, disse o diretor rubro-negro. O único caso que cabe ao marketing, segundo Hinrichsen, é uma estratégia para aproveitar a mudança no número de Adriano: ?Ainda estamos pensando no que vai ser feito. É claro que camisas serão vendidas com o 10 e a comunicação vai mudar, mas ainda não sabemos o quanto. Nem definimos se vai existir um projeto 10?.