Carlos Miguel Aidar não é mais presidente do São Paulo. O dirigente oficializou nesta terça-feira (13) sua renúncia ao cargo, menos de uma semana após explodir a crise no clube, com direito a denúncia de pagamento de propinas e agressões.
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, assume interinamente o comando são-paulino e terá 30 dias para convocar novas eleições, nas quais concorrerá ao cargo.
Aidar deixa o clube um ano e meio após suceder Juvenal Juvêncio e teve sua gestão marcada por polêmicas. A saída do dirigente poderá gerar uma devassa sobre os negócios feitos pelo São Paulo no último ano, quando ele esteve à frente do clube. Além de um pente fino sobre negociações de jogadores, o contrato de fornecimento de material esportivo com a Under Armour deverá passar por análise.
Na última semana, Gil Guerreiro mostrou alguns documentos ao conselho do São Paulo mostrando que a Under Armour teria feito um acordo para pagar R$ 6 milhões, em parcelas semestrais de R$ 500 mil, à empresa TML Foco, de propriedade de Cinira Maturana, namorada do presidente.
A denúncia gera nova crise em relação ao contrato de material esportivo firmado pelo clube.
Em dezembro de 2014, a Máquina do Esporte revelou que o São Paulo chegou a fechar com a Puma, mas o acordo foi desfeito por divergências em relação a um pagamento de comissão a Cinira. A própria fabricante afirmou que se recusou a pagar pela comissão, alegando que não ocorrera qualquer intermediação no acordo.
Meses depois, o São Paulo anunciou acordo com a Under Armour, que substituiu a Penalty após o término do Paulistão.
Além da polêmica da comissão a Cinira, o acordo com a Under Armour sofre questionamento por uma comissão de R$ 18 milhões que ainda não foi paga para a empresa Far East, de Hong Kong, que teria intermediado o negócio.
Em e-mail, Ataíde Gil Guerreiro disse ter gravação de Aidar confirmando que o negócio teria sido feito por Douglas Schwartzmann, vice-presidente de marketing, e que seria um meio de o dirigente receber propina pelo contrato.