Justamente quando estava animado com a reinauguração do estádio Independência, fechado há mais de um ano para ser reformado e ampliado pelo governo de Minas Gerais, o América-MG se deparou com artimanha do Atlético-MG. O rival firmou parceria com a BWA, vencedora de licitação feita pelo governo e nova responsável por operar a arena, e irá receber 45% das receitas por dez anos, ante 5% repassados aos anfitriões. Diante desse contexto, advogados foram chamados.
“Isso criou um tremendo mal-estar aqui, e nós chamamos nossos advogados para lidar com a questão. O América-MG aceitou ceder a arena dentro de uma série de condições, como definir o visual, ter preferência nos jogos em que houver Cruzeiro ou Atlético-MG jogando ao mesmo tempo, escolher onde a torcida irá ficar, ter 5% da arrecadação bruta e garantia mínima de R$ 100 mil por mês, e isso fere todo o contrato”, explica Olímpio Naves, membro do conselho de administração da equipe.
Uma das notícias a respeito do caso que acalmaram o dirigente foi comunicado divulgado pela Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), entidade mineira responsável por assuntos ligados à Copa de 2014. O órgão do governo, após a estratégia atleticana ter se tornado pública, afirmou que a cessão da gestão do Independência à BWA pode ser cancelada, caso tenha havido alguma irregularidade durante o processo licitatório.
“É absolutamente ilegal, porque, no nosso contrato com o governo do Estado, temos definido com clareza que nenhum clube, citando especificamente Cruzeiro e Atlético-MG, poderia participar da gestão do estádio”, acrescenta o dirigente do América-MG, responsável pela área de marketing. “Não sei qual é a artimanha que eles estão tentando fazer, mas há irregularidades, e nós vamos reagir com tranquilidade”.
A artimanha citada por Naves até o momento é desconhecida, sobretudo porque Alexandra Kalil, presidente do Atlético-MG, impôs silêncio total sobre o assunto não somente na imprensa, mas entre todos os funcionários da equipe. Inicialmente, o América-MG comemorava o fato de o Independência ser o único disponível para grandes jogos em Belo Horizonte, pois poderia alugá-lo aos dois rivais. Hoje, tem porcentagem muito inferior, caso nada seja mudado.
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