Em 2011, quando o Clube dos 13 foi implodido e os clubes passaram a negociar os contratos do Campeonato Brasileiro de forma individual, o futebol brasileiro regrediu 25 anos.
Curiosamente isso se deu no momento em que o futebol entendeu que era preciso investir primeiro na criação de um produto para, então, passar fortalecer individualmente os clubes (algo que foi inventado pelas ligas esportivas americanas há 70 anos).
Agora, a Globo tenta, na força de quem é o detentor da maioria dos direitos de transmissão, achar uma saída para reduzir o abismo que ficou o futebol no Brasil em relação ao mundo.
Pelo menos na Série A o contrato parece ajustado. A verba da TV é toda da competição, não mais do clube. E a divisão de receitas é bem mais justa do que na época política do C13.
Mas para o futebol brasileiro desembarcar no presente, é preciso ir além. Os clubes, agora, precisam entender que não é só de contrato de televisão que é feita uma competição.
Qual é a identidade visual do Brasileirão? Quais as outras propriedades comerciais que podem ser vendidas? Que produto queremos exportar? De que forma vamos atrair torcida para os estádios? Qual a melhor forma de engajar o torcedor? Como promover o futebol brasileiro e lucrar com isso?
Responder a essas perguntas pode colocar o futebol brasileiro de novo no ano de 2018, saindo daquele 1986 que nos metemos há sete anos.
Mas aí vai um spoiler. Há 25 anos que o futebol inglês faz esse tipo de coisa. A verba entra no caixa de uma empresa criada apenas para defender os interesses comerciais da principal competição do país. Depois, é dividida por igual entre os clubes.
Será que dá liga?