Realizar o maior rali do mundo ou criar um circuito mundial de futevôlei. Não importa o tamanho do negócio, mas o fato é que o Brasil passou a ver a possibilidade de organizar competições esportivas impactantes para o mercado mundial, muito graças à realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no país.
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Apesar de naturalmente ter sido deixado de lado por boa parte dos oportunistas de sempre depois dos megaeventos, o esporte no Brasil está, hoje, num patamar melhor do que já esteve em outros tempos. Vivemos uma década com o mercado aquecido de maneira exagerada por conta da expectativa e realização dos dois maiores eventos esportivos mundiais. Agora, depois que a poeira baixou e o país não acabou, apesar de ainda ter a economia deitada em berço esplêndido, começamos a ter na ambição de realizar eventos esportivos impactantes nosso maior legado.
O projeto de execução do Sertões é um exemplo de como o mercado passou a ver oportunidade onde antes não se acreditava ser possível ter retorno. Da mesma forma, projetar e ambicionar fazer sair daqui de dentro uma liga mundial de um esporte que é essencialmente brasileiro é de um empreendedorismo que há anos não víamos aparecer no nosso mercado.
A geração de novos eventos é um dos caminhos para aquecer nosso mercado depois dos dois anos de baixa pós-Jogos Olímpicos e pré-eleições. E, na base de todo esse movimento, está a necessidade de atender a um desejo das marcas, cada vez mais indecisas em como fazer para achar o consumidor.
O esporte tem a capacidade de engajamento que as empresas precisam e que são poucos os produtos que conseguem oferecer. Só que os desafios são cada vez maiores. A chave para criar essas conexões e gerar o envolvimento necessário é o produto.
Essa é a lição de casa que Copa do Mundo e Jogos Olímpicos trouxeram e que ainda não foi totalmente compreendida pelo esporte brasileiro. Mais do que fechar a conta, precisamos gerenciar o produto de forma a ampliar o consumo do fã.
Só assim conseguiremos produzir cada vez mais novos e melhores eventos. Em época de crise, em que a grana é curta para todos os lados, destaca-se quem tem um bom produto a oferecer. Criar novos eventos é fundamental para fazer crescer o mercado do esporte no Brasil.
A boa notícia é que voltamos a entender que é possível fazer.
Já o maior problema do mercado foi achar que o legado dos grandes eventos apareceria no dia seguinte às suas realizações.
A lição sempre leva tempo para ser aprendida.